A taxa de desocupação em Minas Gerais ficou em 9,5% no quarto trimestre do ano passado, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (14). O número representa uma estabilidade em relação ao trimestre anterior, conforme destaca o analista da entidade, Gustavo Fontes, uma vez que o período de julho a setembro de 2019 registrou uma taxa de 9,9%. Na comparação com igual trimestre de 2018, a variação não significativa permanece, já que a taxa era de 9,7%.
Os dados mostram ainda que a taxa de desocupação no Estado está abaixo da estimada para o Brasil, que registrou 11% no último trimestre. Entretanto, o País apresentou uma queda de 0,8 ponto percentual no quarto trimestre de 2019 na comparação com o terceiro trimestre.
Ao todo, a força de trabalho em Minas no quarto trimestre do ano passado compreendeu cerca de 11,3 milhões de pessoas, distribuídas em 10,2 milhões de ocupadas e 1,1 milhão de desocupadas. A população ocupada no Estado no período era composta de 67,5% de empregados (inclusive do setor público e trabalhadores domésticos), 5,5% de empregadores, 25% de trabalhadores por conta própria e 2,5% de trabalhadores familiares auxiliares. No setor privado de Minas Gerais, 74,7% tinham carteira assinada. No Brasil, o número registrado foi menor: 74%.
Conforme destaca Gustavo Fontes, houve um aumento de 3,3% no número de pessoas que trabalham por conta própria no quarto trimestre de 2019 na comparação com o terceiro trimestre. Foi a única variação estatisticamente significativa no período em relação às demais categorias. No ano, a expansão do número de pessoas nesse tipo de trabalho foi de 5,5%.
“A partir dos anos de 2015 e 2016, quando o mercado brasileiro entrou em retração, essa foi uma forma de as pessoas se inserirem no mercado. Muitas perderam o emprego formal e decidiram abrir algo próprio, como aqueles destinados a itens de produção caseira, alimentação, ou começaram a atuar como motoristas de aplicativos”, diz o analista do IBGE.
Na análise de pessoas ocupadas por grupamentos de atividade econômica, houve uma retração de 5,8% no número de indivíduos ocupados na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura no quarto trimestre do ano passado em comparação ao terceiro.
Entretanto, de acordo com Gustavo Fontes, a queda na agricultura é algo sazonal, já que o período do meio do ano tem um peso maior, possivelmente por causa da colheita do café.
Subutilização – A pesquisa divulgada pela entidade também mostra que a taxa total de subutilização da força de trabalho em Minas Gerais, que engloba não somente as pessoas desocupadas, mas também aqueles subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e a força de trabalho potencial, chegou a 21,6% no quarto trimestre de 2019, o que compreende um total de 2,6 milhões de indivíduos. Foi verificada uma queda de 141 mil pessoas subutilizadas na comparação com o quarto trimestre de 2018. Já o número de desalentados no Estado ficou em 387 mil pessoas no quarto trimestre do ano passado.
Fonte: Diário do Comércio
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