O brainstorming é uma ferramenta muito usada dentro da qualidade, seja na descoberta de oportunidades de melhoria, na análise de causa raiz ou na identificação de soluções para um problema. Mas ele não ajuda a organizar essas ideias, que podem ser muitas vezes conflitante. Para isso, o diagrama de afinidades é a ferramenta adequada, que vai ajudar a garantir que sua equipe produza melhores resultados.
O diagrama de afinidades é conhecido por vários nomes, como mapa de afinidades e método KJ. KJ faz uma referência explícita ao nome de seu criador, Jiro Kawakita. Foi na década de 1960 que ele a concebeu, para ajudar equipes a chegar a um consenso sobre um tema particularmente polêmico ou complicado.
Mesmo que antiga, assim como tantas outras ferramentas da qualidade, o diagrama de afinidades continua sendo útil.
Neste artigo, vamos trazer o mínimo que você precisa saber dessa ferramenta, para aproveitá-la dentro da gestão da qualidade. Vamos falar de conceito, de quando e como, e boas práticas de uso.
O diagrama de afinidades é uma ferramenta auxiliar de brainstorming que ajuda a agrupar um grande número de ideias, opiniões ou problemas em categorias mais gerais ou em conceitos básicos.
Visualmente, o diagrama tem o formato de uma tabela. No topo de cada coluna está a categoria ou conceito básico, abaixo da qual se reúnem as ideias, opiniões ou problemas relacionados a eles.
Daí já se compreende seu funcionamento e seu nome: buscam-se afinidades entre as várias ideias elencadas em um brainstorming.
Existe uma anedota que exemplifica o propósito do diagrama de afinidades.
Em um exercício militar das Forças Armadas dos EUA, os comandantes receberam a tarefa de predizer os movimentos dos inimigos. Primeiro, cada um fez o exercício sozinho. O resultado mostrou que as análises estavam longe dos movimentos reais.
Depois, os mesmos comandantes tiveram a oportunidade de revisar o trabalho dos outros. O resultado ficou muito melhor, apesar de nenhuma nova informação ter sido disponibilizada.
Isso mostra o objetivo do diagrama: considerar e consolidar múltiplos pontos de vista, mesmo conflitantes, de uma maneira que faça sentido coletivamente.
O diagrama de afinidades é útil quando existe desorganização, seja devido a um grande volume de ideias, seja devido à complexidade do tema de discussão ou até à falta de consenso.
Ele será útil para situações em que você tem uma lista com mais de 15 itens identificados, com clara necessidade de agrupamento e distinção – do contrário, não gerará o devido valor.
Dentro da qualidade, você pode usá-lo em qualquer levantamento, como:
Exemplo
A equipe da qualidade de uma empresa fez um brainstorming em busca de melhorias em um de seus processos. Eles levantaram as seguintes dificuldades:
Após fazer o diagrama de afinidades, a equipe organizou a lista da seguinte forma:
Como vimos, há vários exemplos de aplicação para o diagrama. Mas como executá-lo? É muito simples.
O diagrama de afinidades funciona. Enquanto metodologia, ele permite várias experimentações. Mas seus passos devem ser seguidos para levar aos resultados e benefícios esperados.
Algumas outras práticas recomendadas:
Fonte: QualyTeam