A diversidade nas organizações tem sido uma preocupação constante da gestão das empresas comprometidas com o desenvolvimento de seus talentos e mercados. Isso porque uma equipe com características distintas é capaz de promover a inovação —, e esse é um importante fator competitivo.
Além disso, com a chegada da nova geração de profissionais ao mercado de trabalho, as empresas precisam estar preparadas para receber esses jovens que são curiosos, inquietos e ansiosos para levar mais pluralismo para o dia a dia do trabalho.
Nesse cenário, assuntos como acessibilidade, empoderamento e diversidade nas empresas são questões que estão em voga dentro e fora das companhias.
Além de fatores como a globalização, os recentes fenômenos tecnológicos impulsionados pela internet, como as redes sociais, dão cada vez mais espaço para que todos possam se expressar. Isso representa um estímulo a mais para lutarem pela representatividade, inclusive nas empresas.
Ao entender todos esses aspectos, você verá que a diversidade nas organizações é uma necessidade global, sem fronteiras e multicultural. Ao longo desta leitura, você vai saber mais sobre a importância do assunto e como promover essa ideia na sua empresa. Acompanhe!
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O que é diversidade nas organizações?
Podemos entender a diversidade nas empresas como um ambiente que acolhe uma pluralidade de perfis comportamentais, sociais e culturais distintos, que pode envolver raça, religião, capacidade física, idade, gênero, estado civil, conceitos ideológicos, entre outros.
No entanto, essa pluralidade nas organizações não significa dar prioridade para a seleção de alguns grupos de pessoas, mas sim levar em consideração a não distinção de ideias e culturas, respeitando as decisões de cada indivíduo.
Além disso, a contratação deve apresentar vantagem para ambas as partes. Isso significa que a organização e o contratado precisam estabelecer uma parceria de colaboração mútua, em que consigam perceber que ambos estão agregando e recebendo valor.
Diversidade e cumprimento da lei
Estabelecer um ambiente organizacional diverso não é contratar aleatoriamente qualquer profissional para apenas estabelecer o cumprimento da lei.
Isso porque, questões como cor, raça, religião, deficiência, orientação sexual, entre outros, não definem competência. É preciso ter um planejamento de inclusão da diversidade e atuar para que os times possam render o esperado: inovação, produtividade, qualidade e sucesso.
Diversidade e assistencialismo
Ainda nesse contexto, diversidade não é assistencialismo, caridade ou estabelecer uma imagem de empresa politicamente correta. A ideia diz respeito à busca pela evolução e dinamismo, a fim de integrar diferentes culturas, visões de mundo e trajetórias diferentes.
Logo, a adoção dessa ideia nas organizações é fundamental para que a companhia tenha condições de assegurar uma equipe preparada para oferecer à instituição uma gama de possibilidades de desenvolvimento de novos conhecimentos.
Uma empresa que abraça essa ideia contempla uma postura muito estratégica, favorecendo o crescimento e a inovação de pessoas e toda a sua rede de relacionamentos, o que inclui outras organizações.
Como surgiu o tema diversidade nas empresas?
O assunto começou nos anos 90, quando o avanço da globalização econômica promoveu mudanças significativas nas organizações, em especial na cultura e na comunicação nas empresas.
O avanço da tecnologia a o encurtamento das distâncias promoveu novos desafios para as companhias, que agora precisavam se comunicar e vender para um mercado muito diversificado.
Nesse cenário, algumas questões surgiram: como vender para culturas diversificadas, inovar, se comunicar, compreender toda essa gente e antecipar demandas se o time de trabalho não for representativo?
É justamente diante dessa realidade que políticas de diversidade ganham importância e se espalharam por várias partes do mundo.
No território brasileiro, em uma cultura tão diversa, as primeiras experiências efetivas de diversidade tiveram empresas norte-americanas como pioneiras. De modo geral, essas organizações replicavam nas empresas sediadas no Brasil exatamente os processos da matriz, desconsiderando as especificidades da cultura local.
Ao longo dos anos, o entendimento do setor de Recursos Humanos foi se aperfeiçoando a respeito do tema, até que chegamos nos modelos de processos adotados hoje, que já inclui a cultura regional.
Quais são os principais tipos de diversidade?
A inclusão, ao contrário do que muitos imaginam, não está representado somente pela inserção de profissionais de diferentes raças e gêneros em uma companhia.
A diversidade nas empresas engloba diferentes histórias, culturas, raças, orientações sexuais, idades, crenças, regiões, gêneros e pessoas com necessidades especiais.
O motivo da abertura para essas pessoas nas empresas é que elas trazem uma variedade de conhecimentos e vivências únicas que podem ser aplicados no ambiente organizacional.
Contudo, é importante afirmar, mais uma vez, que muito mais do que preencher uma tabela de cotas, a diversidade nas organizações deve ser compreendida como a capacidade de interação com pessoas e culturas diferentes em prol de resultados produtivos para a organização.
Dessa forma, o estímulo à diversidade tem a função de promover vantagens além da responsabilidade social, pois ela visa a inovação, criatividade e engajamento.
Qual a importância da diversidade nas organizações?
A diversidade nas empresas é capaz de promover um ambiente de trabalho saudável, além de favorecer a troca de experiências entre diferentes perfis profissionais.
Além disso, promove a motivação e aumento da produtividade, fatores capazes de elevar a competitividade da empresa no mercado em que atua.
Outro fator importante a ser destacado é que uma empresa diversa confere um novo significado para a sociedade na qual está inserida, e isso gera mais valor para os serviços e produtos da organização.
É claro que essa transformação não acontece do dia para a noite, pois a diversidade nas organizações é algo que deve ser incentivado e construído aos poucos, para que todos possam se engajar utilizando uma comunicação transparente.
O conjunto de ações bem-sucedidas sobre o assunto assegura a manutenção das ações necessárias para que essa cultura organizacional conquiste resultados relevantes e duradouros.
Do ponto de vista da equipe, quando a empresa consegue ser inclusiva, nos mais diferentes aspectos, isso garante uma maior facilidade para as pessoas conseguirem enxergar os objetivos que realmente importam. Isso porque diferentes visões cobrem muito mais ângulos e geram mais oportunidades.
Quais os benefícios da diversidade nas organizações?
Da ampliação das visões dos integrantes da equipe à inovação, a diversidade leva diversos benefícios que conferem diferenciais competitivos para a organização. Listamos os principais para você. Acompanhe!
Crescimento do capital intelectual da empresa
Quando as pessoas são expostas a situações e condições diferentes, isso cria um ambiente propício para a abertura ao novo.
Em outras palavras, novos hábitos são adquiridos com a exposição a novas culturas, e do confronto de ideias surgem os melhores projetos e soluções. Com isso, são abertas novas áreas propensas à inovação em toda a empresa!
Melhores resultados para a organização
Colaboradores com diferentes perfis promovem e unem a equipe em sua rotina profissional, gerando mais produtividade e resultados. Sabe por isso acontece? Por que em um ambiente diverso, as pessoas tendem a ser mais solidárias e empáticas.
O resultado é um ambiente organizacional mais estimulante, no qual prevalece o respeito e a contribuição mútua.
Clima organizacional mais favorável
Com a cultura da diversidade estabelecida, isso favorece, de maneira gradativa, um ambiente voltado para cooperação e o respeito.
Com isso, é percebida uma melhora na convivência entre as pessoas e a rotina de trabalho passa a ser mais pacífica, favorecendo um clima organizacional positivo.
Diminuição da rotatividade de pessoal
O turnover tende a diminuir quando o clima organizacional está mais harmonioso. Isso acontece porque os colaboradores passam a reconhecer na empresa um local de crescimento, tanto pessoal quanto profissional.
Esse é um ótimo diferencial para as empresas, já que uma grande quantidade de desligamentos gera altos custos com treinamento de novos colaboradores e encargos com as demissões, isso sem falar nos gastos com novos processos seletivos.
Time mais criativo
A criatividade é favorecida nos ambientes em que prevalecem a diversidade, assim como a inovação e também a motivação dos trabalhadores são suscitados. Com isso, temos mais soluções inovadoras e que podem ser combinadas para elevar o nível de competitividade empresarial.
Como começar um programa de diversidade nas organizações?
Implantar um programa de diversidade nas organizações requer planejamento, visão de longo prazo para a sustentabilidade do negócio e acompanhamento. Fizemos uma passo a passo para ajudar você. Acompanhe!
1. Tenha a liderança como aliada
A implantação e manutenção de ações voltadas para a inclusão nas empresas terão sucesso apenas se a liderança (incluindo o CEO) estiver envolvida.
Isso porque esses devem ser os embaixadores da diversidade na organização, e a postura e o exemplo deles será responsável por estruturar todo o projeto.
2. Crie programas e políticas para a diversidade na empresa
Criar programas de diversidade na empresa é essencial para atrelar as ações à estratégia da organização. Todos os direcionamentos devem estar em sintonia com os valores da companhia e com diretrizes capazes de serem efetivadas.
Você consegue isso fazendo um bom planejamento e contando com o apoio de toda a equipe de Recursos Humanos para analisar a situação atual.
A partir da análise dessas informações é possível definir os objetivos para os programas. A etapa seguinte será executar o planejamento e dividi-lo entre as pessoas envolvidas.
3. Eleja um responsável para o acompanhamento das ações
Todo projeto para ser contínuo precisa de acompanhamento e monitoramento. Para tanto, é preciso nomear um profissional para essa tarefa que, entre outras funções, possa atuar como promotor do assunto.
É fundamental que essa pessoa seja comprometida com a causa e que tenha a responsabilidade necessária para conduzir as ações e promover uma força de trabalho diversificada e inclusiva.
O perfil desse profissional também deve abranger a facilidade de construir relacionamentos e criar e monitorar metas.
4. Crie métricas para monitoramento
Para implementar a diversidade nas organizações, é preciso analisar todos os profissionais na empresa e seguir com a verificação das etapas do ciclo de permanência do funcionário na instituição.
Isso inclui verificar promoções, remuneração, análise de índices de turnover, níveis hierárquicos e avaliações de desempenho.
Todas essas medidas vão contribuir para a identificação dos setores que precisam de investimentos em treinamento ou recrutamento. Além disso, uma boa gestão é orientada por números. Dessa forma, ter métricas favorece o sucesso do seu programa de diversidade e inclusão.
5. Fique atento à diversificação das contratações
Conquistar a diversidade nas organizações apenas é possível com contratações de perfis profissionais mais diversificados.
Para alcançar esse objetivo, estabeleça parcerias com instituições de acolhimento a causas relacionadas. Também é importante divulgar as vagas em grupos de trabalho orientados para a diversidade.
Outra estratégia é estabelecer relacionamento com grupos orientados para a pluralidade em instituições de ensino, por exemplo.
6. Mantenha uma comunicação honesta
É fundamental apostar em uma comunicação aberta e franca, com o compartilhamento de informações e metas sobre diversidade com todos que fazem parte da organização. Dessa forma, as equipes saberão onde estão e aonde precisam chegar.
Quais são os desafios atuais da diversidade nas empresas?
O Brasil é formado por várias raças e etnias, que trouxeram com elas uma ampla variedade de culturas para o país. Por isso, o respeito às diferenças já deveria ser algo implícito na nossa sociedade.
No entanto, a verdade é que a diversidade nas empresas ainda está longe de ser uma realidade que possa ser comemorada. Idosos, negros e pessoas LGBTs sofrem discriminação ainda nos processos seletivos. Mas, as dificuldades não param por aí.
De acordo com levantamento realizado pelo Instituto Ethos com 500 empresas brasileiras, somente 2% dos funcionários das companhias brasileiras são pessoas com deficiência.
As desigualdades também prevalecem entre as mulheres. Elas ocupam 13,6% das vagas executivas e recebem, em média, 30% a menos que os homens nas mesmas posições.
A publicação também evidencia que apenas 4,6% de brasileiros negros ocupam cargos executivos, além de não existir executivos indígenas nas empresas pesquisadas.
Para reverter esse cenário, toda a organização deve trabalhar com o objetivo de reduzir essas desigualdades, pois essa não é uma missão apenas do setor de RH, mas de todos que fazem parte da empresa, em especial, dos CEO’s.
Diante desse cenário, fica evidente a necessidade da implantação de políticas, mudanças organizacionais, alteração no modo como a empresa se comunica com a sociedade e iniciativas internas para mudar o olhar dos colaboradores acerca do que é considerado diferente.
Quais são as melhores práticas para otimizar a gestão da diversidade nas empresas?
Agora que você já sabe da importância do tema para as organizações, é importante entender que há algumas boas práticas para otimizar a gestão da diversidade em uma empresa. Saiba quais são elas a seguir.
Definir regras inclusivas na contratação
A inclusão da diversidade nas organizações tem como porta de entrada os processos de recrutamento e seleção. Para tanto, é preciso que sejam estabelecidas regras mais amplas na composição da equipe.
Ou seja, após avaliar o currículo do candidato, deixe de lado perguntas sobre orientação sexual, idade, posicionamento político, entre outras questões. O foco deve estar experiência profissional e nas habilidades do candidato.
Aprimorar os treinamentos
É importante incluir o tema “diversidade nas empresas” nos treinamentos da organização. Isso ajudará os colaboradores a terem uma visão mais ampla e menos discriminatória sobre o que pode ser considerado “diferente”.
Inclua nas capacitações assuntos que abordem as vantagens de contar com uma equipe composta por profissionais de diferentes perfis, além daqueles temas já relacionados com a atividade do negócio.
Estabelecer penalidades
Infelizmente, situações desrespeitosas e constrangedoras podem acontecer no ambiente de trabalho envolvendo pessoas com o perfil de diversidade. Crie regras claras a respeito da conduta esperada de todos os colaboradores da empresa e não tenha receio de estipular penalidades para aqueles que desrespeitarem os termos de conduta da companhia.
As penalidades podem ser multas, advertências orais e escritas e, até mesmo, suspensões dos profissionais que insistirem em atos discriminatórios. Vale lembrar que, dependendo do caso, cabe demissão por justa causa.
Quais são os erros de gestão da diversidade que devem ser evitados?
Alguns erros podem comprometer as ações envolvendo a diversidade nas empresas. Para ajudar você a evitá-los, listamos os mais comuns. Acompanhe!
Ignorar o treinamento da equipe
A inclusão nas organizações apenas terá êxito se todos os profissionais da empresa estiverem alinhados e engajados com a causa.
Quando o ambiente é hostil e não recebe bem o que é considerado “diferente”, as chances dos esforços serem perdidos são maiores, além de existir uma forte frustração por parte de todos os que acreditaram que seriam acolhidos pela instituição.
Logo, é fundamental criar políticas que englobe treinamento e desenvolvimento dos colaboradores a fim de que todos estejam mais preparados para receber os novos colegas, que trazem com eles alguma diversidade evidente.
Ignorar a necessidade de uma comunicação eficiente
A comunicação nas empresas deve ser fomentada com o objetivo de fazer alinhar da melhor forma as informações que precisam ser transmitidas. Essas precisam chegar de forma clara para todo o público de relacionamento do negócio.
Quando a comunicação é falha, mal direcionada ou simplesmente não existe, isso pode prejudicar a imagem da organização causando transtornos. Como exemplo, temos mal entendidos que podem ocorrer internamente, ou até mesmo passar a impressão equivocada dos processos de inclusão e diversidade na empresa para o público externo.
Não monitorar as ações
A falta de monitoramento faz com que os processos se percam, prejudicando o futuro das políticas de diversidade na empresa. Assim, um eficiente monitoramento é essencial e deve integrar as ações da empresa.
Qual a importância de priorizar o potencial do profissional?
A diversidade nas empresas ainda enfrenta grandes desafios que não podem ser ignoradas pela gestão de Recursos Humanos e nem pelas lideranças das organizações.
Isso porque, o ambiente empresarial sempre foi muito pragmático, já que perfis profissionais semelhantes são vistos como mais fáceis de serem gerenciados, e isso é tido como uma facilidade para alcançar as metas.
No entanto, as mudanças na economia e no perfil dos novos trabalhadores têm exigido adequações. Assim, o que antes era visto como um “perfil padrão” nas organizações perde cada vez mais espaço para a diversidade.
Ao longo desta leitura pudemos verificar que nas diferenças existe uma oportunidade para usufruir do potencial das pessoas. Não importa de que dimensão estamos falando: gênero, raça, credo, cultura, personalidade, origem, deficiência, valores.
O importante quando o assunto é diversidade nas empresas é sempre priorizar o potencial do profissional, e não as suas escolhas pessoais. Para tanto, é preciso respeitar as diferenças e colher o melhor de cada um.
Dessa forma, o primeiro passo para promover a inclusão nas organizações é justamente enxergar o potencial latente nas diferenças. Visões diversificadas podem contribuir para os processos de inovação e produtividade da companhia. Assim, é preciso respeitar os pensamentos e as pessoas com culturas e valores diferentes.
É preciso engajar as lideranças para que eles também sejam defensores da diversidade e possam influenciar positivamente os demais colaboradores, dando o exemplo em suas atitudes diárias.
Cabe à equipe e à gestão de RH ficarem atentos aos processos de recrutamento e seleção. É preciso se despir de preconceitos e também ajustar a estrutura da empresa para receber esses novos talentos. Não dá para contratar um cadeirante se a empresa não tem elevadores e rampas de acesso aos setores.
É preciso estar atento também para o fato de que, muitas vezes, a diversidade já está presente. No entanto, falta o trabalho para criar um ambiente onde as pessoas possam se expressar e se sentir livres para evidenciar quem são e o que podem fazer.
Com isso, é possível colher várias vantagens para a empresa, a exemplo do diferencial sobre a concorrência, já que as equipes mais diversas são mais criativas e inovadoras.
Logo, com a implantação da diversidade nas empresas, a organização tem a oportunidade de alcançar mercados potenciais, conquistar novos consumidores e ampliar sua marca. Ou seja, a diversidade colabora para que o desempenho seja melhor e os resultados da companhia maior — tanto do ponto de vista financeiro quanto cultural.
Diante dessa realidade, o tema ganha cada vez mais espaço, e apesar de não ser uma tarefa fácil promover e implementar a diversidade nas organizações, esse deve ser um desafio de todos dentro da instituição, e não somente do setor de RH.
Fonte: Kenoby