Segundo levantamento da Dell Technologies, neste momento de pandemia 79% dos respondentes estão reinventando seu modelo de negócios.
Inovação, para mim, nunca foi um destino. Nunca foi um lugar em que, como executiva, eu chegava e pronto, problema resolvido! Não era um “item” que, uma vez alcançado, eu poderia tirar da minha lista de afazeres. Inovação, bem como educação e desenvolvimento, é um processo contínuo.
O ano passado, talvez, tenha sido uma demonstração prática disso. Inovamos não porque necessariamente escolhemos esse caminho, mas porque precisamos. Mudar o negócio, transformar processos, pensar em alternativas…tudo isso era necessário para dar conta do recado! E as empresas que tiveram o privilégio de chegar lá — porque sabemos que inovar não é só uma questão de querer, mas de ter as condições necessárias para tal — não podem se acomodar nesse lugar e dar por missão cumprida.
Segundo levantamento da Dell Technologies com 4.300 líderes empresariais no mundo, neste momento de pandemia 79% dos respondentes estão reinventando seu modelo de negócios. Além disso, 80% das empresas aceleraram pelo menos alguns programas de transformação digital em 2020.
Mesmo assim, esse movimento todo de mudança não parou. É que, de acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 83% das indústrias afirmam que precisarão de ainda mais inovação para sobreviver no pós-pandemia.
Não quero aqui provocar em ninguém uma palpitação no peito, uma onda de ansiedade, mas apontar para uma realidade: poucas coisas na vida são estáticas e, por isso, mudamos. Mas, veja só, existe um lado bom!
Se todos nós — e, por consequência, as nossas empresas, as nossas carreiras, enfim, diversos aspectos da nossa vida — precisamos nos transformar, por que não enfrentamos isso em conjunto? Talvez, trilhar a jornada da inovação juntos seja parte da solução daquela angústia, medo e pressa por encontrar e desbravar o novo.
Como fundadora e presidente de uma empresa de recrutamento e desenvolvimento de jovens profissionais, costumo dizer que a carreira é uma construção coletiva feita não só das suas experiências, mas das pessoas que participam dela. E se essas pessoas agirem de modo consciente para deixar um impacto positivo na construção da carreira do outro, bem, melhor ainda!
Um exemplo disso é como um profissional mais sênior pode auxiliar os jovens talentos ao longo da jornada. Uma lição que ele aprendeu em sua carreira pode muito bem servir de inspiração e de guia para alguém que está começando agora.
Do outro lado, os recém-chegados no mercado trazem um frescor, uma nova forma de enxergar o mundo e outros conhecimentos que ampliam as perspectivas daquela pessoa mais experiente. Coloque este sênior ao lado daquele jovem e o percurso rumo à inovação certamente será melhor e, quem sabe, até mais ágil!
A mesma dinâmica motiva empresas com mais anos de mercado a se unirem, por exemplo, às startups em busca de algo comum: inovação. Cada uma com a sua potência compartilhando os desafios, dividindo as dores e construindo em conjunto.
Melhor do que sofrer diante da necessidade de transformação, é entender que ela, na verdade, sempre fez parte da vida e, mais ainda, que não precisamos encarar essa demanda sozinhos. Inovar não é uma atividade solitária, nem deveria ser individualista e, portanto, quanto mais incorporarmos o senso de coletividade nesse processo, mais de fato estaremos criando o novo.
Afinal, acho que todos podemos concordar que, nos últimos tempos, o que mais desejamos — e, ouso dizer, precisamos — é de um recomeço. Vamos juntos?
Fonte:Exame