Com a queda da taxa de juros, investidores mais conservadores precisam revisar planos e buscar novas opções
O Banco Central já acena para uma taxa de juros mais baixa há alguns meses como parte da estratégia da equipe econômica do Governo Federal. No entanto, a pandemia do novo coronavírus desencadeou uma desaceleração da economia e levou a uma intensificação da queda da Selic, que está em 3% atualmente. Com isso, os investidores mais conservadores precisam revisar planos e buscar novas opções.
Para Patricia P. Cezar, sócia-fundadora e assessora da Zahl Investimentos, a taxa básica de juros deve fechar o ano de 2020 entre 2,25% e 2,5%. “Ao reduzir a taxa de juros o governo busca proporcionar às empresas e pessoas físicas crédito mais barato”, explica.
O crédito para empresas pode ser desde operações como capital de giro até valores para crescimento e expansão. No momento atual, as taxas mais baixas podem ser importantes para as empresas conseguirem passar melhor pela crise.
Já na ponta do consumidor, o acesso à uma linha de crédito com baixas taxas de juros aumenta as chances de impulsionar novas aquisições, que vão desde vestuário, linha branca, automóveis e imóveis, o que incentiva o ‘giro da economia’.
Mas apesar da estratégia de reduzir a Selic, Patricia acredita que ainda devemos ter um segundo trimestre bastante ruim com relação à economia real, tanto para pequenas e médias empresas como para as listadas em bolsa.
“Devemos começar a ver algum sinal de recuperação no final deste ano, onde muito provavelmente o cenário já terá mais previsibilidade”, afirma.
Segundo ela, até lá os balanços das empresas já terão conseguido mensurar as perdas causadas pelo período de mobilidade restrita, haverá uma visão mais consistente do apetite do consumidor para novas compras e sobre o sentimento dos empresários com relação à investimento para expansão e criação de novos negócios.
“De qualquer forma, o ano de 2020 deve ser bastante ruim. Acredito em um PIB de -5% pelo menos. O ano de 2021 já deve trazer novos sinais de efetiva recuperação e crescimento”, diz a executiva.
Investidores conservadores e renda fixa
Em meio a este cenário, os investidores conservadores, que possuem grande parte do seu capital aplicado em ativos de renda fixa, devem sentir bastante a redução da taxa de juros na carteira.
Por exemplo: mesmo que este investidor tenha um retorno de 140% do CDI na sua carteira, se fecharmos o ano com a taxa de juros na casa de 2,5%, estamos falando de um retorno acumulado de 3,5% em 12 meses. Isso ainda sem descontar a inflação do período.
“Para o investidor que busca preferencialmente ativos de renda fixa, mais do que nunca, será importante diversificar a carteira entre diversos indexadores. Ou seja, possuir uma parcela em ativos indexados à taxa de juros, outra parte em ativos indexados à inflação e, finalmente, uma última parcela em ativos prefixados”, diz Patricia.
Diversificação
Na avaliação da executiva, é muito importante o investidor conhecer o seu perfil antes de optar por novas modalidades de aplicações. “É essencial entender como funciona a dinâmica de cada produto disponível no mercado. Mesmo em renda variável há alternativas mais ou menos agressivas. A dica é começar a aumentar a parcela de renda variável aos poucos e entender como se sente com a volatilidade do mercado”, afirma Patricia.
Importância da assessoria
Como a situação econômica é incerta e há uma vasta gama de alternativas, é interessante contar com o assessor de investimentos. O papel desse profissional é auxiliar o cliente a entender as alternativas disponíveis de acordo com o seu perfil e mostrar a diferença entre os diversos tipos de aplicações em cada uma das categorias.
Fonte: Infomoney