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ESG de dentro pra fora – a importância de fazer ações internas nas empresas

8 de novembro de 2022 / Consultoria / por Comunicação Krypton BPO

O papel do RH é fundamental para que a empresa adote e implemente a agenda ESG de dentro para fora

Quando eu decidi ingressar na faculdade de Serviço Social e trabalhar no mercado corporativo, no início da década de 1990, muitas vezes fui questionada, pois era aparentemente contraditório querer juntar causas sociais e trabalho em empresas lucrativas. A atuação social era vista como exclusividade do poder público e de ONGs. Hoje, quase 30 anos depois, este cenário mudou completamente: nos vários grupos de relacionamento de executivos que participo, praticamente todos têm interesse ou necessidade de se aprofundar na agenda ESG, que engloba tópicos sociais, de proteção ambiental e de ética e transparência. Desde então, o mercado tem demandado cada dia mais conhecimento de ESG, e uma das primeiras áreas a liderar a adoção de práticas ESG foi justamente Recursos Humanos. Hoje, as empresas já entenderam que a adoção de melhores práticas ambientais, sociais e de governança são essenciais tanto para protegê-las de riscos futuros, como para trazer mais produtividade para a empresa, através de fatores tão diversos como aumento da proposição de valor ao funcionário, fidelização dos clientes, economia em gastos com recursos ambientes, garantia de ética e transparência nas negociações, e muitos outros objetivos tangíveis e mensuráveis que se revertem em lucro e geração de valor.

Alguns pontos de ESG são diretamente relacionados ao RH, particularmente como a empresa se relaciona com os seus funcionários, englobando questões sociais como equidade salarial entre gêneros, diversidade e inclusão desde o processo de recrutamento, combate ao assédio no ambiente de trabalho, etc. Durante todo o ciclo do funcionário na empresa a área de RH pode causar impacto na agenda de ESG: desde o momento da contratação, com práticas de recrutamento mais inclusivas, que promovam a diversidade até a criação de metas de remuneração variável com indicadores de ESG, passando pela estruturação da empresa de forma a fortalecer a Governança.

Além disso, ações ESG precisam extrapolar os muros da empresa e envolver toda a cadeia produtiva, incluindo clientes, fornecedores e acionistas. Justamente pelo conceito ESG ter origem em múltiplas frentes, sua implementação não pode ser responsabilidade de uma única área, portanto nunca será uma responsabilidade exclusiva da área de Recursos Humanos, mas com certeza o RH é um protagonista com forte atuação na adoção da agenda ESG por todos os funcionários da empresa, influenciando a implementação das iniciativas de ESG de forma ampla e consistente.

Por exemplo, todos os colaboradores devem ter acesso a treinamentos que deixem clara a importância de ESG, bem como autonomia para fazer sugestões e implementar ações que tornem a empresa mais ética e socio-ambientalmente sustentável. O comprometimento da alta liderança com este tema deve ser comunicado e implementado internamente muito antes de ser comunicado externamente, sob pena de ser percebido como uma ação marqueteira vazia e não consistente com a realidade da empresa.

Assim, o papel do RH é fundamental para que a empresa adote e implemente a agenda ESG de dentro para fora, catalisando e mobilizando todos os funcionários na construção de uma empresa mais sustentável: projeto esse ainda em fase inicial de implementação na maior parte das empresas e, portanto, muito desafiador, mas muito alinhado aos valores da área de Recursos Humanos.

Apesar de parecer um termo recente, o ESG tem sua origem na década de 70, sendo desenvolvido a partir de um outro termo: Socially Responsible Investing (SRI). Nessa época, os investidores estavam começando a tomar consciência sobre a importância de considerar a atuação social das empresas e fundos nos quais investiam. Com isso, criaram o SRI como uma métrica que indicava quais eram aqueles que efetivamente atuavam nesse aspecto. Foi só em 2005 que o SRI foi substituído pelo ESG. Por ser uma sigla que incorpora meio ambiente, sociedade e governança, o ESG parecia uma métrica mais completa para avaliar a atuação das organizações. Ele apareceu pela primeira vez no relatório “Who Cares Wins”, criado pela ONU. A partir desse momento, essa sigla vem ganhando cada vez mais destaque na sociedade.

Fonte: Mundo RH

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