É hora de tirar o problema do estômago e levá-lo para a cabeça para conseguirmos tomar as melhores decisões.
Existe uma ansiedade natural do mundo para entender como será o amanhã. Não sei de que maneira você enxerga isso. Mas eu, que sou bem resistente a futurologia, acredito ser difícil prever com clareza o que nos espera quando ainda estamos tentando entender o presente. O que eu sou capaz de dizer e de propor a você, com os dados de mercado, da 13ª edição do ICRH e de conversas com profissionais é:
1 – Continue cuidando do seu equilíbrio emocional
Uma das nossas habilidades que mais tem sido colocada à prova durante o período de pandemia é o equilíbrio emocional. Não é apenas a pressão no trabalho que tem ameaçado o nosso humor e a nossa produtividade. Paralelamente, estamos precisando lidar com o medo sistêmico de ficar doente, morrer ou perder pessoas, além dos sentimentos gerados pelas saídas restritas de casa ou pelo convívio intenso com as pessoas que moram com a gente. Há, ainda, casos daqueles profissionais que, por morarem sozinhos, perderam aquela troca de ideias diárias com os colegas da empresa, no cafezinho, happy hour ou almoço.
2 – Olhe os problemas por todos os ângulos
Tenho uma forte crença de que problemas sempre vão existir, seja na vida pessoal ou profissional. Na minha visão, vez ou outra eles mudam de tamanho, mas sempre se apresentam ancorados em três pilares: nenhum é eterno; todos têm uma solução, por pior que ela seja; e em algum momento eles se solucionam, por caminhos próprios ou ação externa. Para olhar os momentos de crise dessa forma e seguir fazendo o que precisa ser feito, é importante estar equilibrado emocionalmente ou com aquele nível de estresse saudável que te mantém alerta, ativo e dinâmico.
3 – Confie na melhora do cenário e contribua para isso
Muitos de nós já está no limite – alguns já até passaram dele. Nos preocupa, também, que existem empresas e profissionais que sofreram mais com essa crise toda. Mas é preciso acreditar que o cenário vai melhorar, até porque há sinais desse movimento. Entre as empresas que são clientes da Robert Half, por exemplo, no mês de maio houve muita paralisação de projetos e de contratações. Porém desde junho há um ligeiro destravamento, e cada mês a demanda é superior ao mês anterior, indicando a retomada. Um processo evolutivo lento, mas contínuo. A sensação é de que algumas organizações, depois de baterem o pé no fundo do poço, entenderam o cenário e mapearam quais eram as ferramentas necessárias para operar no novo cenário. As companhias precisam encontrar fôlego para seguir e os profissionais meios para continuar se destacando.
Independentemente do que venha pela frente, tanto líderes quanto liderados devem aproveitar o momento para aprimorar suas habilidades para enfrentar crises. É hora de tirar o problema do estômago e levá-lo para a cabeça para conseguirmos tomar as melhores decisões.
Aqui neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.
*por Fernando Mantovani
Fonte: Exame
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