Para aprender uma habilidade (como inglês, por exemplo), temos de praticar todo dia. Isso você já sabe. Então, por que você simplesmente vai deixando algumas coisas pro dia seguinte, por meses, anos?
Pense em algo que você diz que quer realizar, mas sempre adia, com ou sem justificativas. Você vai descobrir que sempre existem causas que vão além de não ter tempo ou dinheiro. Conheça nesse artigo algumas questões que podem te ajudar.
Hábito
Para aprender um idioma, a frequência de contato com que você estuda e pratica é super importante. Não importa se você está começando ou se já tem um bom nível – se você aprender todo dia um pouco, você evolui. Todo mundo sabe disso, mas nem todos sabem colocar o que querem na agenda, incluir na rotina maluca do nosso dia.
Para ajudar neste começo, uma grande sacada é colocar só o que gosta de fazer na agenda, tirando o que prefere daquela lista de ações que ajudam a melhorar seu inglês. Se você gosta de fazer, é fácil criar o hábito! E aí com o tempo você inclui também o que precisa fazer. Perguntas para você responder:
Sabotagem
Quem já fez terapia sabe (e quem não fez, desconfia) – a gente diz que quer algo, muitas vezes, pra ser amado por alguém, apreciado por um grupo, pra evitar conflitos, pra ganhar status e por centenas de outras razões. Mas lá no fundo, a gente não quer.
Recentemente, durante uma mentoria de aprendizagem que realizei com uma gerente de uma multinacional, ela descobriu que não queria ser diretora. Porque as diretoras trabalham insanamente naquela empresa, e no fundo, ela queria continuar como gerente, pra preservar seu tempo com o filho e marido, pra fazer o que gosta nos fins de semana, pra ter qualidade de vida – o que, aparentemente, as diretoras não têm na empresa.
E como para ser diretora ela precisaria dominar o inglês, imagina o quanto ela se dedicava a aprender – nada. Agendava aulas, prometia que ia estudar mais, e deixava a rotina invadir o plano, sem criar meios para aprender. Quando ela entendeu a causa, ficou mais fácil tomar uma decisão.
Perfeccionismo
Depois de 34 anos conversando com alunos e professores sobre aprendizagem, posso afirmar que esta causa é muito comum.
Se eu falo bem Português, posso ter uma expectativa muito alta ao falar inglês, e me intimido de me expor, por saber que vou demonstrar um nível linguístico bem inferior ao que eu tenho na minha primeira língua.
Se eu odeio aquela fase do “não saber”, quando tento aprender violão, natação, culinária ou qualquer outra habilidade, é possível que quando eu tento aprender um idioma, eu sinta o mesmo: frustração, impaciência comigo mesmo, vergonha ao errar, vontade de desistir.
Se você tirar um tempo para responder a essas perguntas, pra você mesmo, você terá um mapa precioso dos seus caminhos, dos seus processos, do seu jeito de aprender. E esse mapa pode levar você a ser um melhor aprendiz, de inglês ou do que quiser!
Que bagunça fazemos quando o tema é aprender! Simplesmente porque nunca pensamos no assunto com atenção e vontade de investigar. Certamente porque nunca ninguém nos disse que temos de aprender a aprender.
Por Rose Souza
Fonte:Exame