O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos de Minas Gerais avançou 14% em junho em relação ao mês anterior e 7,5% sobre igual época ano passado. Os resultados se devem principalmente às bases fracas de comparação. Em maio, o desempenho ainda refletia a greve dos caminhoneiros, que parou o Brasil por onze dias, e no sexto mês de 2017 o cenário econômico brasileiro era ainda pior que o atual.
A explicação é do vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) – regional Minas Gerais, Marcelo Veneroso. Segundo ele, embora positivo e surpreendente, o resultado do último mês não pode ser considerado consistente. A justificativa está nas bases fracas de comparação.
“Ainda temos que avaliar os próximos meses e ver como a indústria irá se comportar. Na primeira metade do ano tivemos quedas em abril e maio, mas recuperamos em junho. Se os números continuarem positivos, devemos encerrar 2018 com crescimento médio de 10% sobre 2017”, estimou.
No entanto, o dirigente ressaltou que o aumento é irrelevante perto das perdas que o setor acumulou nos últimos anos. “O setor de máquinas e equipamentos de Minas Gerais acumulou queda de quase 70% nos últimos cinco anos. Perto disso, um crescimento de 10% não representa quase nada”, justificou.
Em relação aos setores que alavancaram o desempenho de junho no Estado, Veneroso citou implementos agrícolas e construção civil.
Quanto aos próximos meses, o vice-presidente da entidade afirmou que o cenário de instabilidade causado pelo período eleitoral pode prejudicar o desempenho da indústria de máquinas e equipamentos em todo o País. “Não somente o cenário político, mas também os movimentos externos afetam muito a atividade industrial brasileira e podem ameaçar os desempenhos positivos”, opinou.
Na média nacional, segundo a Abimaq, o faturamento de junho foi 23% maior que o de maio e 13,1% que o de igual mês do ano passado, totalizando R$ 7,1 bilhões.
Exportações – Sobre o setor em Minas, em função do câmbio, as exportações aumentaram 32% em relação a maio deste ano e 4% se comparado com junho de 2017. Já o nível de utilização da capacidade instalada cresceu 4,3% frente maio e na comparação anual houve aumento de 6,8%.
“Tivemos um aumento do consumo aparente de máquinas e equipamentos e isso elevou os índices de receita líquida. Um fator que influenciou muito foi o dólar, que ajudou no aumento das exportações acima da média. Porém, ainda não podemos comemorar. Os números precisam ser bem analisados, pois parte desse aumento no faturamento foi em função de uma demanda represada em função da greve dos caminhoneiros e de meses anteriores com índices baixos”, comentou Veneroso.
Empregos – O nível de empregos nas empresas mineiras cresceu apenas 1% em junho sobre maio e 3,5% frente à mesma época do ano passado. No País, a indústria de máquinas e equipamentos encerrou o sexto mês do ano com 296 mil pessoas ocupadas, um aumento de 1,8%, em relação a 2017.
Fonte: Diário do Comércio