Acostumado a resistir às mais fortes crises econômicas, o franchising mineiro não passou ileso aos efeitos da pandemia. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o faturamento total do setor no ano passado foi de R$ 13,09 bilhões, 10,2% menor que os R$ 14,56 bilhões apurados em 2019 pelas franquias em Minas Gerais.
Entre os que puxaram o resultado das franquias em Minas para cima, o melhor desempenho foi o setor de” Casa e Construção”. Entre os 11 setores listados pela ABF, em 2020, foi o que mais se destacou em Minas Gerais. Ao todo, foram R$ 664 milhões de faturamento, o que corresponde a um aumento de 11,3% em relação ao ano anterior, quando registrou R$ 597 milhões.
De acordo com a diretora da Regional Minas da ABF, Danyelle Van Straten, por ser considerada atividade essencial, a construção civil não foi paralisada ao longo da pandemia e isso ajudou o setor a resistir.
“De um lado temos as pessoas em casa, incomodadas com defeitos e inadequações, fazendo reparos e reformas e, de outro, uma indústria que nunca foi obrigada a parar. Então o setor de Casa e Construção continuou operando nas duas pontas e crescendo. E, sendo assim, que se interessava em investir em franquias se voltou para esse setor. Quem quer empreender, vai fazer em um segmento que possa ser aberto para o consumidor”, explica Danyelle Van Straten.
Do outro lado, setores tradicionais do mercado de franquias em Minas amargaram resultados desastrosos no Estado. “Hotelaria e Turismo” caiu 49% em faturamento. E o sempre resiliente “Alimentação” sofreu com o fechamento das operações de shopping center, caindo 13,8%. E deve sofrer ainda mais agora, com a onda roxa, que proibiu as retiradas na porta dos estabelecimentos.
“Todos os setores sofreram muito em 2020, vinha se recuperando desde outubro, mas a piora do quadro da pandemia no Brasil no início do ano pôs muita coisa a perder. Muita gente queimou as últimas reservas e manter as unidades sem poder abrir as portas é muito complicado”, lamenta.
Apesar disso, a empresária aposta em um futuro de inovação no médio prazo. Modelos móveis, enxutos e cheios de tecnologia devem marcar a retomada das franquias em Minas e no mundo, segundo ela.
“A pandemia impactou profundamente as formas de consumo e, com isso, o mercado. Já estão surgindo novos modelos de negócios, além de muito mais cuidado no atendimento. O consumidor está cada vez mais exigente e a inteligência coletiva envolvida no franchising pode dar respostas rápidas a essas demandas”, completa a diretora da Regional Minas da ABF.
Entre as 50 maiores franquias brasileiras, a mineira melhor ranqueada é a Help! Loja de Crédito (parte do Grupo BMG), que passou do 24º para o 19º lugar (variando de 700 para 855 unidades), seguida pela Localiza Hertz, que caiu do 29º para o 30º lugar, mesmo subindo de 522 para 528 unidades (crescimento de 1%).
E ainda há muito espaço para o modelo crescer no Estado. Segundo o balanço anual da ABF, Minas concentra apenas 2% do total das unidades franqueadas em território nacional.
Fonte: Diário do Comércio