Com a liberação para saque das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), mais de R$ 44 milhões foram para os bolsos de quase 26 milhões de beneficiados, entre os meses de março e julho de 2017. Esses números foram muito celebrados por representarem uma forma de injetar dinheiro na economia nacional durante um período de recessão financeira que o Brasil vive.
Porém, não foi apenas em 2017 que o fundo teve esse papel. De acordo com dados do seu Conselho Curador, R$ 190,37 bilhões do FGTS foram injetados na economia em 2016. Desse montante, R$ 108,89 bilhões – 57,1% do total – foram retirados por meio dos saques de trabalhadores. Os outros R$ 81,48 bilhões (42,9%) são referentes a financiamentos concedidos com recursos do FGTS.
No ano passado, o FGTS registrou lucro de R$ 14,55 bilhões, o melhor resultado da sua história.
Mais dados
Os dados também informam que a maior parte das operações de crédito realizadas em 2016 concentra-se no setor de habitação. Para esse aspecto, foram liberados R$ 80,86 bilhões. Em seguida, foram contratados R$ 226,64 milhões em saneamento e, em infraestrutura, R$ 386,32 milhões.
Novas regras
O Conselho Curador ainda aprovou as novas regras para o Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). Trata-se do fundo que empresta dinheiro do FGTS para a realização de obras de infraestrutura.
As áreas que contam com esse empréstimo são: geração de energia, saneamento, ferrovias, rodovias e portos.
Em sua nova regulamentação, ficou definida a criação de um comitê de auditoria, formado por três membros: um do governo, um dos trabalhadores e um dos empregadores.
Esse grupo deverá monitorar as operações do Comitê de Investimentos do FI-FGTS.
Além disso, também foi reduzido o período dos mandatos dos membros do comitê. Antes, eles podiam ser reeleitos indefinidamente. Agora, só poderão ser eleitos por dois anos com possibilidade de reeleição por apenas mais dois.
O secretário executivo do Conselho Curador FGTS, Bolívar Tarragó Moura Neto, destacou a importância das alterações.
“As medidas aprovadas pelo Conselho dão mais transparência às operações do Fundo”, afirma. “E permitem que ele volte a ter um papel fundamental no financiamento dos projetos de infraestrutura do país“, completa.
Fonte: Contábeis