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FI-FGTS anuncia a exclusão de projetos

10 de novembro de 2017 / Inteligência Fiscal / por Comunicação Krypton BPO

O comitê de investimentos do FI-FGTS, fundo que usa parte dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dos trabalhadores para aplicar em infraestrutura, decidiu ontem excluir 11 projetos da lista de análise do colegiado para possíveis investimentos, no total de R$ 18 bilhões. Essas propostas haviam sido apresentadas entre 2014 e 2015, antes do novo modelo de seleção de projetos por chamada pública, implementado pelo fundo. Muitas das empresas que solicitaram o financiamento não forneceram informações suficientes para a concretização da operação ou até desistiram do pedido, por isso a exclusão.

O comitê havia dado o prazo de nove meses, a contar do início deste ano, para que as empresas interessadas entregassem as informações para viabilizar a continuidade da análise do investimento, o que não foi cumprido. Caso os 11 projetos fossem adiante, o FI-FGTS aportaria um total de R$ 18 bilhões. A maioria dos projetos descartados pelo comitê era de energia (quatro ao todo), tanto na área de transmissão quanto de geração. Havia também propostas de financiamento a rodovias, portos e ferrovias. O colegiado não divulga individualmente as empresas que tiveram os projetos excluídos da análise porque algumas têm capital aberto.

“De janeiro para cá, não houve evolução. Ainda restaram questões pendentes, estruturação. Fizemos contato com as empresas e hoje a decisão foi por cancelar”, disse o gerente do FI-FGTS, Odirley Rios. “Eles tiveram nove meses. Não seria justo manter (os projetos) para continuar estudando”, acrescentou.

A presidente do comitê do FI-FGTS, Suzana Leite, representante da União Geral dos Trabalhadores (UGT) no colegiado, explicou que o ano de 2016 foi “bem turbulento”, o que gerou retração nos investimentos feitos por empresas. Muitas revisaram seus planos de investimento, o que contribuiu para que elas desistissem ou parassem de fornecer as informações que sinalizam o interesse no financiamento do fundo.

Outra hipótese é que algumas empresas tenham conseguido financiamento de outras instituições, já que os pleitos eram feitos a várias fontes de recursos, como a outros bancos e ao próprio BNDES. “Muitas empresas pegaram outros recursos, ou acionista fez um aporte para continuar os investimentos”, disse Suzana. Segundo ela, não há impacto sobre a rentabilidade do FI-FGTS.

Edital – O comitê de investimentos do FI-FGTS quer lançar até o fim deste ano uma nova chamada pública para o recebimento de propostas para um possível aporte do fundo. O tema deve ser discutido em reunião do colegiado em 13 de dezembro, com roadshow a partir de fevereiro de 2018. Há hoje pelo menos R$ 4,2 bilhões disponíveis para financiar novos projetos, mas o valor ainda pode ser revisto. “Dinheiro tem, precisamos de projetos”, afirmou, Suzana Leite.

Para ela, o maior problema hoje é a “falta de projetos consistentes”. No primeiro edital lançado pelo fundo no início deste ano (inaugurando a nova forma de seleção, já que antes a decisão sobre investir ou não era discricionária do comitê), foram apresentadas 34 propostas, mas em alguns casos faltou documentação. Tanto que o FI-FGTS pretendia atender 15 projetos ou R$ 7 bilhões em aportes, o que fosse atingido primeiro, mas só foram selecionados três empreendimentos, com total de R$ 1,4 bilhão em financiamento pelo fundo. “Os projetos até têm qualidade, são bons, mas falta consistência”, disse Suzana.

Na segunda chamada, aberta em junho, 21 projetos se inscreveram para uma disponibilidade de R$ 5,6 bilhões (valor remanescente do primeiro edital). A taxa de sucesso melhorou, mas ainda assim foram selecionados sete projetos no total de R$ 1,4 bilhão.

O comitê de investimentos do FI-FGTS vai aproveitar agora os R$ 5,2 bilhões remanescentes para lançar um novo edital de seleção de projetos. Ainda não se sabe se em 2018 algum valor poderá ser incorporado a essa disponibilidade.

Fonte: Diário do Comércio

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