Confira quais são as medidas necessárias para preparar a empresa e as equipes para voltarem ao trabalho presencial
Afinal, como será a volta às empresas? Uma coisa é certa, não somos mais os mesmos e o novo normal exigirá atenção redobrada aos gestores e colaboradores.
Com a flexibilização do isolamento social, a volta dos profissionais às organizações não se dará de forma única. Cada companhia terá que avaliar antes, como garantir um retorno seguro.
Serão necessários uma série de ajustes no espaço físico, mudanças na rotina de trabalho e, com certeza, novos cuidados à saúde física e mental dos colaboradores.
O home office é um dos primeiros pontos. Uma pesquisa do ISE Business School, revelou que 80% dos gestores aprovaram o trabalho remoto e gostariam que a prática fosse permanente.
No entanto, o tema gerou divergências. Para alguns, a flexibilidade de horários aumentou a produtividade e a qualidade de vida. Para outros, lidar com a família e os afazeres domésticos durante o trabalho, elevou o estresse e a ansiedade.
Diante aos fatos, é preciso ter clareza que o potencial do trabalho remoto ainda não pode ser medido com certeza.
Afinal, as condições foram obrigatórias e repentinas, além de todo o estresse e insegurança envolvidos pela instabilidade na saúde e na economia mundial – o que afetou o comportamento dos talentos.
O fato é que o coronavírus ainda apresenta rumos incertos no Brasil, fazendo com que muitos profissionais estejam receosos pelo retorno.
Sendo assim, as empresas terão que avaliar tornar opcional a volta para os profissionais que atuam em áreas adaptadas ao trabalho remoto.
De qualquer forma, as organizações precisam oferecer um ambiente seguro, já que boa parte da população não está imune ao vírus. Para isso, algumas medidas são necessárias:
Mapeamento dos grupos de risco: o público mais vulnerável ao vírus deve ser identificado e ter seu retorno adiado, ou realizado com os devidos cuidados, como o monitoramento diário da temperatura (que não deve exceder 37,3º e precisa ser medida duas vezes ao dia).
Além de cuidar diretamente dos colaboradores do grupo de risco, é importante mapear quais profissionais moram com familiares que pertençam a esse grupo. Eles também devem ter seu retorno evitado, ou monitorado, enquanto o contágio em massa for uma realidade.
Considerar o desafio do retorno para pais e mães: as escolas ainda não têm previsão de abertura. Dessa forma, é válido oferecer a oportunidade desse público manter o home office até que a situação normalize.
Outra opção, que algumas empresas estão estruturando, é a existência de uma creche no ambiente de trabalho.
Protocolos de prevenção ao contágio: isso inclui todas as medidas de preparação no local de trabalho, como higiene (lavagens constantes das mãos), materiais de proteção para as pessoas (máscaras e álcool gel), esterilização das estações de trabalho, e instalações físicas que permitam o distanciamento social.
Também é importante garantir espaços que possuam ventilação e evitar superfícies de muito contato, como portas fechadas entre departamentos (que devem permanecer abertas, evitando o uso da maçaneta).
Já que estamos especialistas em reuniões online, a medida também deve ser mantida, evitando a aglomeração em espaços que não permitam o distanciamento social e não tenham a ventilação adequada.
Transparência e acordos claros: defina protocolos de como a empresa e os profissionais irão proceder e comunicar casos de suspeita, ou confirmação do Covid-19 entre os colaboradores.
Realize um treinamento online antes do retorno: convoque uma reunião coletiva para informar quais serão os procedimentos de cuidado que a empresa irá aplicar e como os profissionais devem se comportar no novo formato de trabalho.
Adie viagens não essenciais: os aeroportos e rodoviárias terão seu acesso normalizado gradualmente. No entanto, evite escalar os profissionais para viagens que não sejam emergenciais, até que o cenário da pandemia esteja mais controlado.
Além das medidas práticas de segurança à saúde física, é necessário considerar que o momento gerou impactos na saúde emocional dos profissionais.
O luto se tornou uma difícil realidade na vida de muitas pessoas. Identifique quais colaboradores sofreram perdas de familiares durante o isolamento, ofereça apoio e analise se estão emocionalmente aptos a retornar.
As condições da quarentena somadas ao medo e a insegurança pela instabilidade do mercado, elevaram as taxas de ansiedade e de depressão entre os profissionais.
Essas condições afetam o desempenho dos talentos e se não forem devidamente cuidadas, podem atingir níveis ainda mais nocivos – gerando a necessidade de afastamentos do trabalho por licenças médicas.
Acione a equipe de Recursos Humanos para criar e gerir grupos de apoio emocional aos colaboradores. Também é essencial contar com psicólogos preparados para identificar casos mais graves, ou oferecer suporte especializado.
Esse ano tem nos exigido muita resiliência, atenção, cuidado e coragem, não é mesmo? As mudanças não param de chegar, mas a transformação sempre traz consigo, evolução!
Vamos juntos!
Fonte: Exame