O Ministério da Fazenda anunciou que irá reforçar a fiscalização sobre empresas que acumulam grandes dívidas junto à Receita Federal.
Desde a última quarta-feira (10), um grupo de trabalho está monitorando de perto a evolução de processos administrativos fiscais (PAFs) com valores expressivos em discussão no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), a partir do montante de R$ 1 bilhão.
Até novembro de 2023, o Carf registrava 174 processos com valores igual ou superiores a R$ 1 bilhão, totalizando uma soma significativa de R$ 496 bilhões em disputa. Esta ação está alinhada à meta do governo de atingir um déficit zero em 2024, sendo liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O Carf, conhecido por suas ferramentas estratégicas, tornou-se crucial para impulsionar a arrecadação do país. Uma das principais estratégias é reduzir o tempo de espera dos processos no conselho, atualmente em torno de 4 anos. A decisão de intensificar a fiscalização visa agilizar os procedimentos administrativos fiscais e promover uma resolução mais rápida dessas pendências.
Os processos administrativos fiscais representam uma etapa formal quando empresas ou indivíduos discordam das decisões da Receita Federal relacionadas à cobrança de impostos. Quando uma notificação de cobrança é recebida e a discordância é declarada, inicia-se um PAF.
Neste processo, os contribuintes têm a oportunidade de apresentar documentos e argumentos para contestar a decisão fiscal. O Carf é o órgão responsável por revisar esses recursos, decidindo se a decisão inicial da Receita Federal está correta ou se necessita de ajustes.
O PAF serve como uma segunda chance para a contestação de decisões tributárias antes de chegar ao tribunal, proporcionando uma resolução mais rápida e administrativa, evitando a necessidade de recorrer diretamente ao sistema judicial.
Com a publicação da portaria que institui o grupo de trabalho, o Ministério da Fazenda busca um acompanhamento mais próximo dos processos, além de um controle rigoroso dos prazos.
As atividades do grupo de trabalho se estendem até 30 de junho, com a possibilidade de prorrogação do prazo, conforme previsto na portaria.
O grupo é constituído por representantes da Receita Federal, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e do Carf, visando uma abordagem integrada para lidar com essas complexas questões fiscais.
Fonte: Contábeis