A busca por vida alienígena se tornou prioridade na NASA: o ambicioso projeto do Observatório de Mundos Habitáveis (HWO) saiu do papel. Proposto em 2020, em um estudo da Academia Nacional de Ciências dos EUA, o grande telescópio espacial infravermelho/óptico/ultravioleta já está em fase de desenvolvimento.

Pelo menos três empresas de renome – BAE Systems, Lockheed Martin e Northrop Grumman – receberam um aporte de recursos de US$ 17,5 milhões (R$ 94 milhões) para pesquisar soluções ópticas inovadoras, desenvolver uma infraestrutura de modelagem integrada e aprimorar tecnologias para o funcionamento do telescópio.

Com o início dos trabalhos previstos para agosto, a missão HWO pretende enviar ao espaço “o primeiro telescópio projetado especificamente para procurar sinais de vida em planetas que orbitam outras estrelas”, segundo o site da NASA. Ou seja, capturar imagens diretas de planetas parecidos com o nosso, orbitando estrelas semelhantes ao nosso Sol.

Como a NASA pretende encontrar vida extraterrestre?

Além de identificar e criar imagens diretas de pelo menos 25 mundos potencialmente habitáveis, o HWO terá também a capacidade para realizar pesquisas espectroscópicas em busca de “bioassinaturas” químicas nas atmosferas desses planetas. Isso significa a presença de moléculas de gases atmosféricos produzidos ou consumidos por organismos vivos, como oxigênio e metano.

O objetivo é um mundo com algumas características parecidas com o nosso, como tamanho, massa, composição rochosa, distância da estrela, atmosfera, entre outras. Porém, não garante nem a existência de vida nem que possa haver vida baseada em uma química totalmente diferente da nossa.

Por isso, a empresa espacial norte-americana pretende projetar o HWO com base nos estudos conduzidos para dois conceitos projetados para futuras missões: o Large Ultraviolet Optical Infrared Surveyor (LUVOIR) e o Habitable Exoplanets Observatory (HabEx).

Quais os equipamentos já encomendados pela NASA para o HWO?

As três propostas selecionadas pela NASA visam atender a algumas especificações técnicas anunciadas pela agência espacial em janeiro. Para atender a essas particularidades, o equipamento deve ser capaz de entregar, “simultaneamente, capacidades poderosas para descobertas astrofísicas transformacionais, desde o nosso quintal cósmico do sistema solar até o universo distante e tudo o que há no meio”.

Um desses equipamentos seria um novo coronógrafo, instrumento que observa objetos fracos e tênues próximos de fontes de luz fortíssimas, como estrelas. No caso do HWO, esse dispositivo terá que ser milhares de vezes mais eficiente, a ponto de bloquear a luz da estrela hospedeira.

Outro equipamento encomendado consiste em um sistema óptico extremamente estável e preciso. Esse conjunto de lentes, espelhos e outros dispositivos terá que permanecer estacionário, ou seja, imóvel e sem vibrações, para captar imagens da largura de um átomo durante uma observação.

Fonte: Tecmundo