A inadimplência em Belo Horizonte manteve a trajetória de queda em novembro de 2018. O número de consumidores com contas em atraso recuou 0,8 ponto percentual (p.p.) na comparação mensal, passando de 34% em outubro, para 33,2% em novembro.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada na segunda-feira (17) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), que mostrou ainda que, no último mês, o volume de pessoas que não terão condições de quitar os débitos vencidos também caiu em relação ao mês anterior: de 15,9%, para 15%.
Na avaliação do economista da federação, Guilherme Almeida, o recuo do percentual de famílias com contas em atraso reflete o comportamento apontado pelos consumidores no levantamento também realizado pela Fecomércio-MG segundo o qual 47,2% dos mineiros vão destinar a renda extra do 13º salário para regularizar a situação financeira.
Além disso, o cenário mais favorável em termos de emprego e a retomada da confiança levaram as famílias a quitar suas dívidas. “Em novembro, as pessoas expandiram levemente o consumo e se atentaram ao cumprimento das dívidas em aberto. As famílias percebem melhoria, ainda que pequena, no emprego e na renda e vão, na medida do possível, regularizando suas situações”, explicou.
A Peic mostrou também uma leve expansão no endividamento entre os belo-horizontinos. Em novembro, 69,1% dos consumidores da Capital estavam endividados, valor superior aos 67,3% registrados na última avaliação.
Para Guilherme Almeida, esse aumento é um sinal de novas aquisições e coincide com o período da Black Friday. “Pode ser uma influência da data, quando as famílias aproveitam os preços mais baixos para adquirir bens, e isso talvez tenha impactado no endividamento”, afirmou.
A principal modalidade de dívida continua sendo o cartão de crédito (76,6%), seguida pelos carnês (24,1%), financiamento de carro (23,9%) e de casa (17,5%). O economista da Fecomércio-MG ressaltou a necessidade de redobrar a atenção, especialmente nesse período do ano, quando as pessoas naturalmente tendem a comprar mais para o Natal e, logo em seguida, já tem uma renda comprometida com os impostos de fim de ano.
“Os consumidores utilizam o instrumento pela facilidade que ele confere, mas o cartão de crédito continua sendo um ponto que merece atenção, justamente por causa dos juros envolvidos nas transações caso a pessoa perca o controle do orçamento. Por isso, sempre é necessário planejamento”, alertou Almeida.
Ainda de acordo com o levantamento, entre as famílias com dívidas pendentes, a maioria (52,8%) tem um período de atraso superior a 90 dias. Além disso, 53,8% dos entrevistados têm um comprometimento entre 11% e 50% da renda, enquanto outros 23,5% estão com mais da metade do orçamento mensal envolvido em financiamentos diversos.
Fonte: Diário do Comércio
Fonte da imagem: Designed by Mindandi