A EF Education First, empresa de educação internacional, anunciou essa semana, em cerimônia realizada no Reino Unido, a sétima edição da EF EPI, a mais abrangente classificação mundial do nível de conhecimento de inglês entre adultos de países que não têm a língua inglesa como idioma nativo. Segundo os dados do relatório, o Brasil caiu uma posição desde o levantamento divulgado no ano passado (com resultados de 2015): em 2016, o índice de proficiência em inglês no País o colocou em 41.º lugar na classificação geral, atrás de países como Argentina (25.º), Nigéria (31.º) e Vietnã (34.º). Nos três primeiros lugares estão Holanda, Suécia e Dinamarca, respectivamente, mantendo a já tradicional posição europeia com alta proficiência da língua estrangeira. O país com pior desempenho entre os pesquisados foi Laos, em 80.º e último lugar.
O índice de 2017 traz também algumas observações específicas de economia e mercado, tecnologia e inovação. Segundo o relatório, a proficiência em inglês está diretamente relacionada ao PIB e à renda nacional bruta per capita. Além disso, o turismo é grande influência nesse desenvolvimento: apesar de turistas serem provenientes do mundo todo, o inglês é comumente adotado como língua universal. Uma força de trabalho local capaz de atender às demandas crescentes da indústria do turismo pode trazer o crescimento tão necessário para as regiões em crescimento.
Para países que estão em processo de desenvolvimento, a transição econômica da manufatura para uma economia baseada no conhecimento requer adultos com fortes habilidades na língua inglesa que possam colaborar internacionalmente. Nesse sentido, há uma grande relação entre a proficiência em inglês e as exportações de serviços. O relatório destaca os serviços de informação e computação, que, em 2014, tiveram as exportações mundiais acima de US$ 300 bilhões: com 58% delas representadas pela Europa, continente com a mais alta proficiência em inglês apresentado pelo EF EPI.
A 7.ª edição do índice apresenta também a ligação entre a tecnologia e a proficiência em inglês. Segundo o documento, é estimado que 52% dos principais 10 milhões de sites da internet sejam em inglês. Dessa forma, a habilidade na língua permite que os usuários acessem esses recursos e compartilhem suas ideias e experiências com um público mais amplo. Além disso, o acesso à internet oferece grande exposição do usuário à língua inglesa, ajudando-o no desenvolvimento da língua. Em gráfico apresentado no EF EPI 2017, é mostrada a relação direta entre a penetração da internet e os melhores níveis de proficiência em inglês: em países em que a taxa de acesso à internet é alta, o número de pessoas que dominam o inglês é também alto.
O relatório aponta ainda o vínculo entre a proficiência em inglês e a inovação: o inglês é chave para estimular avanços em todas as áreas de pesquisa. O EF EPI constatou, ano após ano, a correlação entre a proficiência em inglês em um país e o número de profissionais na área de pesquisa e desenvolvimento per capita. E mais: segundo o índice, é menos provável que a inovação em países com mais pessoas que falam inglês possa ser contida por barreiras de linguagem. Isso porque as 100 revistas cientificas mais influentes do mundo, por exemplo, são todas na chamada “língua universal”, diminuindo a probabilidade de um estudo em outros idiomas ser publicado por conta dessa diferença.
Diversas medidas estão sendo tomadas, mundialmente, para a mudança desse quadro. No Brasil, um dos programas para alavancar o nível de inglês da população é o Idioma Sem Fronteiras, criado pelo Ministério da Educação em 2014 mas acabou descontinuado. A iniciativa fornecia formação linguística por meio de cursos presenciais, online e testes de proficiência. Para Minh N. Tran, diretor sênior de Pesquisa da EF, o índice serve como valioso recurso para iniciar uma discussão sobre as melhores maneiras de melhorar o nível de inglês de um país. “Na economia global de hoje, as vantagens de aprender inglês transcendem as fronteiras, e programas como este devem ser ampliados”, diz.
O EF EPI 2017 classificou os países e territórios com base em dados de adultos que fizeram o EF Standard English Test (EFSET), primeiro teste de inglês padronizado e gratuito do mundo. O teste fornece acesso a um conteúdo de alta qualidade e está disponível online (www.efset.org). Desenvolvido em parceria grandes especialistas em avaliação de idiomas, testes em grande escala e psicometria, o EFSET vem sendo usado em todo o mundo por milhares de escolas, empresas e governos, onde testes de grande escala costumavam ser muito caros.
Mais do que um ranking de classificação de proficiência em inglês, o EF EPI se propõe a contribuir com constantes discussões sobre a importância estratégica do inglês no mundo de hoje. O relatório de 2017 identifica os perfis de 20 importantes iniciativas de aprendizagem da língua inglesa em todo o mundo, desde reformas curriculares e treinamentos de professores até plataformas de aprendizagem online para profissionais. “Essas iniciativas mostram a amplitude de abordagens que os países podem adotar para melhorar a proficiência em inglês”, afirma Luciano Timm, vice-presidente da EF, responsável pela pesquisa no Brasil.
O EF EPI 2017 está disponível, na íntegra, no site www.ef.com.br/epi.
Fonte: Mundo RH