Falar que vivemos em um mundo acelerado, onde parece que o dia precisa ter mais que 24 horas, seria repetitivo. Com a concorrência crescente, clientes cada vez mais exigentes, crises que vêm e vão e, ainda, com novas guerras surgindo globalmente, todos têm buscado se reinventar: governos, empresas e profissionais. Em meio a essa intensa vida, buscar o equilíbrio é fundamental, pois está comprovado, por diversas pesquisas publicadas, que o excesso de tarefas laborais provoca resultados danosos tanto para as organizações quanto para os colaboradores, gerando burnout, ansiedade, depressão e baixa produtividade.

Também já sabemos que liderar não é uma tarefa simples nem fácil, sendo necessário, constantemente, orquestrar projetos, processos, pessoas com interesses e desejos diversificados. E cabe também ao líder conhecer profundamente seus liderados, para buscar, dentro do possível, ofertar desafios condizentes com suas competências, suas habilidades e com as atividades com as quais têm maior afinidade e, portanto, maior potencial para crescer.

Com a aplicação cada vez mais latente da diversidade em seus variados aspectos, somada às intensas transformações dentro das companhias com a adoção de tecnologias e mudanças de processos, será cada vez mais exigida a forte habilidade dos líderes em lidar com as pessoas, pois estas buscam cada vez mais projetos e desafios que conectem com seus propósitos.

Diante deste cenário e mesmo em nossa rotina diária, quase que insana, não podemos usar a desculpa de falta de tempo para não praticar a empatia. Falamos tanto desse conceito e, muitas vezes, na condição de líderes, não colocamos a palavra em prática. Para você que é líder, quantas vezes ligou e perguntou como seu colaborador estava e se precisava de algo? Ou mesmo investiu alguns minutos em um café ou almoço com aquele que você lidera? Talvez nesse contato você pudesse perceber alguma questão ou dificuldade pela qual seu liderado estivesse passando, o que justificaria o fato de ele ou ela não estar entregando os resultados esperados. É urgente e importante nos conectarmos com as pessoas se quisermos obter resultados exponenciais no ambiente de trabalho.

Se queremos construir empresas humanizadas, é importante termos atitudes diferenciadas. Claro que toda e qualquer organização precisa de performance e entrega de resultados para se manter perene. Mas cuidado para não buscar isso a qualquer custo. E vamos combinar: fazer uma ligação ou curtas reuniões por vídeo (se seu liderado está no modelo home office) não demanda muito. Além de criar uma conexão maior entre líder e liderado, garanto que aumentará o engajamento de seu time e, consequentemente, a produtividade. Essa é uma pequena atitude, porém de grande relevância.

Os negócios estão sendo questionados, o digital tem ganhado maior espaço, gerando inclusive novas profissões. Se funciona hoje, amanhã poderá estar obsoleto. E essa máxima precisa estar em evidência cada vez mais. Neste cenário, a palavra disrupção, que era um jargão corporativo usado nas organizações, ganhou força e vem sendo praticada como nunca. Novos líderes situacionais estão sendo identificados nas empresas, com ideias criativas, simples, ousadas e assertivas, sendo algo que diferencia um bom profissional daquele que é mediano. Por isso, ter a atitude constante em ser propositivo é uma das formas de ganhar relevância na carreira.

Como já sabemos, o futuro é agora. Assim, é necessário que o líder reúna o máximo de competências e habilidades ou serão os próximos a serem substituídos. Vale lembrar que, mesmo em épocas de crise, as empresas continuam contratando pessoas que entregarão excelentes resultados. O cenário atual exige um líder atento às tendências e às mudanças.

As empresas mais estratégicas utilizam também a aplicação de ferramentas avaliativas, também conhecidas como assessment, para conhecer seus colaboradores quanto às suas principais competências e habilidades. Mas uma forma simples de se conhecer pessoas é praticando a escuta ativa. Se pararmos um pouco e refletirmos, perceberemos que as pessoas estão constantemente nos dando feedbacks, seja nossos líderes ou liderados, seja nossos clientes ou mesmo familiares. E como já sabemos, podemos aprender com várias situações da nossa vida e promover mudanças, quando necessário.

E já que o futuro é hoje, seja um líder, independentemente da posição que você ocupe, mesmo que não lidere pessoas, afinal, a primeira pessoa que você precisa liderar é a si mesmo. Busque se conhecer profundamente e, para isso, um processo de terapia ou de coaching qualificado pode ajudar. Se conhecendo, você entenderá seu papel na sociedade, na família e na empresa. Consequentemente, poderá estar mais alinhado ao seu propósito de vida e, com isso, de fato, construir um belo legado!

* Sobre o autor: CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent

Fonte:Diário do Comércio