A figura do Microempreendedor Individual (Mei) se tornou uma alternativa cada vez mais atrativa para formalizar pequenos negócios. A simplicidade na abertura e gestão, além dos baixos custos, são fatores que impulsionam essa modalidade jurídica. No entanto, um erro comum entre os Meis, que pode trazer graves consequências, é a mistura de contas bancárias: utilizar a conta pessoal para transações da empresa.

Riscos da prática:

• Descaracterização da Pessoa Jurídica: A Receita Federal pode interpretar a mistura de contas como indício de que a empresa não possui personalidade jurídica própria, desconsiderando-a como tal. Isso pode gerar uma série de problemas, como:
• Perda do Simples Nacional: O Mei perde os benefícios tributários do regime, como a isenção de impostos federais, sendo obrigado a recolher tributos como INSS, PIS, COFINS e IRPJ.
• Responsabilidade Solidária: As dívidas da empresa se tornam de responsabilidade pessoal do Mei, incluindo seus bens e patrimônio.
• Dificuldades na Obtenção de Crédito: A negativação do CPF do Mei pode dificultar o acesso a linhas de crédito e financiamentos, tanto para a empresa quanto para fins pessoais.
• Problemas Contábeis e Fiscais: A falta de separação das contas dificulta a organização da contabilidade e a apuração correta dos impostos, podendo levar a multas e penalidades pela Receita Federal.
• Dificuldade na Gestão Financeira: A mistura de receitas e despesas pessoais e da empresa compromete a visão clara da saúde financeira do negócio, dificultando o controle do fluxo de caixa e a tomada de decisões estratégicas.

Prevenção:

• Abrir conta bancária em nome da empresa: É fundamental que o Mei tenha uma conta bancária específica para movimentações relacionadas ao negócio. Isso facilita a organização financeira, a contabilidade e a declaração de impostos.
• Utilizar cartões de crédito e débito da empresa: Evite usar cartões pessoais para pagamentos da empresa. Opte por cartões corporativos, que facilitam o controle das despesas e oferecem benefícios como programas de recompensas.
• Manter registros precisos: Documente todas as transações financeiras da empresa, incluindo notas fiscais, comprovantes de pagamento e extratos bancários. Isso é essencial para a contabilidade e para comprovar a origem e o destino dos recursos.
• Buscar orientação profissional: Um contador pode auxiliar o Mei na abertura da conta bancária da empresa, na organização da contabilidade e na declaração de impostos, garantindo a regularidade do negócio e evitando problemas fiscais.

Imagem Negativa Junto ao Fisco:

• A mistura de contas bancárias demonstra desorganização e falta de profissionalismo na gestão do negócio, o que pode gerar uma imagem negativa junto ao Fisco.
• Consequências:
• Aumento do Risco de Fiscalização: O Mei pode ter maior chance de ser alvo de fiscalizações por parte da Receita Federal.
• Dificuldades em Negociações Fiscais: Em caso de pendências com o Fisco, o Mei poderá ter mais dificuldade em negociar prazos de pagamento ou acordos de parcelamento.

Fonte: Jornal Contábil