Nos últimos 12 anos, as redes sociais nos moldaram para que acreditássemos que quantidade valia mais que qualidade. Todo mundo quer ser o melhor no mundo digital, como se seus um milhão de amigos determinasse seu real valor.
Muito simples. Um “aceito” e você ganha mais um “amigo”. Mas o termo já perdeu valor. Hoje você é amigo de pessoas que nem conhece, que é indiferente em sua vida. E isso vale para marcas também. Somos todos adolescentes em uma eterna disputa de “o meu é melhor que o seu”.
Mas não durou muito e fomos lembrados da realidade. Enquanto todos os esforços estavam em investir rios de dinheiro para ganhar números cada vez maiores, vimos o alcance orgânico diminuir, diminuir, diminuir. Não basta você ter “amigos” se eles não vão atrás da sua marca ou negócio.
E agora a pergunta que surge é: como resolver? Vi uma série de artigos que apontam os influenciadores como tendência e tenho minhas restrições quanto a isso. Nos últimos meses fomos acionados por grandes marcas que nos apresentaram o mesmo problema: sempre as mesmas listas de influenciadores, para todas as campanhas e com valores muito altos.
Esse é o cenário que nos faz olhar para os pequenos e micro influenciadores com mais carinho. Os pequenos são aqueles que, apesar de se perceberem como influenciadores, ainda têm números modestos, não são representados por empresários e ainda não fazem ideia de seus preços.
Os micro influenciadores são como eu ou você, consumidores, pessoas que apresentam certo grau de influência em suas redes pessoais. Perfis que desenvolveriam relações com marcas por reconhecimento e mimos, por exclusividade e atenção especial. Que se engajariam por moedas sociais e não apenas por dinheiro.
Essa é a raiz do conceito de comunidade, defendido pelo próprio Facebook e declarado por eles como grande drive da plataforma para 2018. O sentimento é de que a internet se tornou tão grande e tão heterogênea, que conquistar propriedade sobre algum tema ou manter uma conversa focada é quase impossível.
Os consumidores podem ser melhores vendedores de todo e qualquer produto e serviço do que um grande influenciador. Ao menos para a rede de amigos, estamos falando de uma média de 500 pessoas por brasileiro online. É legal saber de um novo celular por meio daquele vlog, mas na hora de comprar de fato o produto, é a palavra dos amigos, a experiência deles, que vai influenciar sobre comprar ou não o produto. É importante que as marcas cada vez mais saibam valorizar os brand lovers, acreditando de verdade no poder do boca a boca. Reconhecendo que tem indicado os seus produtos sem nada em troca.
Fonte: Administradores