Há mudanças subjetivas que estão ocorrendo, de forma invisível, em cada Sapiens que está diante das telas digitais
“O problema está na estrutura de nossas mentes: não aprendemos leis, apenas fatos.” – Taleb.
Vivemos hoje um processo de Midiação, que não é novo para o Sapiens.
Midiar é o processo gradual do uso das novas Tecnopossibilidades Midiáticas pela sociedade.
Temos uma Midiação de dois tipos:
a Midiação Objetiva – que é o uso consciente da nova mídia para criar novos processos;
a Midiação Subjetiva – que são as mudanças inconscientes que o uso continuado da nova mídia provoca no Sapiens.
Hoje utilizamos o verbo “digitalizar”.
Podemos dizer que há um processo de Digitalização Objetivo e outro subjetivo.
Criar um Uber é uma Digitalização Objetiva.
Jovens terem ido para as ruas, como em 2013, segurando seu próprio cartaz e rejeitarem carros de som, bandeiras de partidos e sindicatos é um sintoma claro de uma Digitalização Subjetiva.
Mas por que usar o verbo Midiar e não apenas digitalizar?
É preciso chamar a atenção que a Digitalização é a Midiação de Plantão, pois a sociedade já Gestuou, já Oralizou e já Escritou.
Quando o Sapiens surgiu ele não falava, não escrevia e nem tinha um celular no bolso.
As mídias são as tecnologias que empoderam nosso cérebro e, por causa disso, são Tecnologias Centrais, as mais importantes para o Sapiens.
Tecnologias criam uma espécie de Tecnoaquário, dentro do qual o Sapiens vive.
Novas tecnologias expandem as paredes do Tecnoaquário, permitindo à espécie passar a fazer o que antes era impossível.
Podemos dizer que a sociedade humana vive sempre limitada pelas Tecnopossibilidades de Plantão.
Toda tecnologia tem essa característica de ser quebradora de limites do Sapiens.
E este é o principal problema que estamos tendo diante do Digital.
Tecnologias tendem a ser ignoradas, tanto nos aspectos objetivos quanto subjetivos. Assim, o Sapiens vai mudando e as pessoas não entendem o motivo.
Porém, quando surgem novas mídias, nós expandimos nossa capacidade cognitiva e passamos a poder fazer coisas que não podíamos antes.
Midiar significa que os inovadores começam a analisar e a praticar novas formas de resolver antigos e novos problemas, através das Tecnopossibilidades Midiáticas disponíveis.
Midiar significa também passar a promover mudanças na forma como conhecemos, nos informamos, trocamos, comercializamos, interagimos, intermediamos processos, entre outras diversas atividades.
Mas Midiar significa ainda se expor as mudanças subjetivas que o uso das mídias provoca, como nos alertou há tempos Marshall McLuhan (1911 -80), numa famosa frase:
“Independente do canal de televisão que você assiste, o simples fato de assistir televisão está mudando você.”
Não está claro que estamos, subjetivamente falando, criando um novo Sapiens, quando temos novas mídias.
Há mudanças subjetivas, que estão ocorrendo, de forma invisível, em cada Sapiens, que está diante das telas digitais.
O Sapiens 2.0 vai ter demandas que vão virar ofertas e, gradualmente, teremos o surgimento de uma nova Civilização.
A Civilização 2.0 já está embutida dentro de cada Sapiens e irá tomando forma, a partir de Zonas de Atração, nas quais os inovadores transformarão as mudanças subjetivas em objetividades.
A chegada da Era Digital é hoje o Fator Detonante das principais mudanças mais disruptivas pelas quais o Sapiens está passando.
Assim, é fundamental entender o processo de Midiação para poder Futurar.
É isso, que dizes?
Fonte: Administradores.com