O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais somou R$ 139,4 bilhões no primeiro trimestre de 2018. O número indicou aumento de 0,3% ao observado no trimestre imediatamente anterior e de 1,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A agropecuária puxou o desempenho frente aos últimos três meses do exercício anterior, enquanto o setor de serviços liderou o crescimento na comparação anual. Já a indústria apresentou o pior resultado. Para o acumulado do exercício, mesmo que o ritmo de crescimento seja interrompido, é esperada uma alta de 1% sobre 2017.
Os dados foram levantados pela Fundação João Pinheiro (FJP) e integram a pesquisa Indicadores – PIB Trimestral de Minas Gerais – referente ao primeiro trimestre de 2018. Segundo o professor e pesquisador da instituição, Raimundo de Souza Leal Filho, as perspectivas para os próximos trimestres não são as mais favoráveis, pois os motores quem têm sustentado o crescimento da economia estão enfraquecendo.
“A recuperação econômica do Brasil e de Minas Gerais, mesmo que lenta, vem ocorrendo desde o início de 2017, uma vez que o fundo do poço foi atingido no último trimestre de 2016. De lá para cá, a modesta recuperação do consumo das famílias e as exportações colaboraram para a retomada dos resultados”, explicou.
No entanto, conforme Leal Filho, as duas condições vêm perdendo a intensidade e é possível que a curva de crescimento seja interrompida ao longo deste exercício. “A combinação destes dois fatores pode levar ao que chamamos de um segundo mergulho no resultado do PIB. Se isso se confirmar, deveremos encerrar 2018 com um crescimento de apenas 1% sobre 2017”, completou.
A produção de riquezas do Estado somou R$ 139,4 bilhões em valores correntes, dos quais R$ 121,8 bilhões foram referentes ao Valor Adicionado (VA) e R$ 17,6 bilhões aos impostos indiretos sobre produtos líquidos de subsídios. A agropecuária somou R$ 6,1 bilhões; a indústria, R$ 28,4 bilhões; e os serviços R$ 87,3 bilhões.
Setores – Assim, a participação dos grupos de atividades no total do valor adicionado ficou assim dividida: serviços 71,7%, indústria 23,3% e agropecuária 5%. “Vale destacar que a participação da indústria em geral em 2010 na composição do PIB de Minas era de 33% e neste ano está em 23%. Significa que perdemos 10 pontos percentuais em oito anos”, destacou o professor. Indústria 4.0: As oportunidades de negócio de uma revolução que está em curso
Na composição do PIB mineiro do primeiro trimestre de 2018 em que se observou um crescimento de 0,3% sobre o trimestre anterior e de 1,4% em relação a igual período do ano passado, a agropecuária registrou avanço de 0,6% e queda de 4,8%, respectivamente; o grupo de serviços cresceu 0,1% sobre os últimos três meses de 2017 e 2,3% em relação ao mesmo trimestre de 2017; já a indústria obteve desempenhos negativos nos dois comparativos: -2,3% e -3%.
No caso da agropecuária, dentre as culturas com peso na estrutura produtiva mineira e colhidas de janeiro a março de 2018, destacaram-se o feijão e o tomate, com previsões de crescimento. Em contrapartida, a soja, a batata-inglesa e a banana devem apresentar redução.
O setor de serviços, que hoje responde por mais de dois terços do PIB mineiro, também registrou desaceleração no ritmo de crescimento nos primeiros três meses deste ano. Na comparação anual destacou-se a performance do subsetor de comércio que avançou 4,4%.
Fonte: Diário do Comércio