Não é novidade que Minas Gerais se destaca nacionalmente em ecossistemas de startups. Com a comunidade San Pedro Valley – reconhecida como a melhor do País – e programas de fomento a empresas inovadoras como o Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (Seed), o Estado desponta no cenário de inovação do Brasil e do mundo. Mas, uma notícia divulgada, este mês, pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups) oxigenou o assunto no País e deu mais visibilidade ao Estado. A associação confirmou que Minas Gerais superou o Rio de Janeiro em número de startups, o que torna a comunidade de startups mineira a segunda maior do País.
De acordo com a ABStartups, o Brasil tem hoje cerca de 4.200 startups. O estado com a maior comunidade é São Paulo, que tem 1.324 startups. Em seguida vem Minas Gerais com 591 e Rio de Janeiro com 343. Como normalmente acontece em todos os estados, o número de startups na capital mineira é muito maior do que no interior. Das 591 presentes em Minas Gerais, 418 estão em Belo Horizonte. Em seguida está Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com 48, Juiz de Fora, na Zona da Mata, com 18, e Itajubá, no Sul do Estado, com dez.
O Diretor Executivo da ABStartups, Rafael Ribeiro, afirma que o número de startups em Minas Gerais vem crescendo de forma acentuada desde o início de 2016. Esse crescimento foi impulsionado por uma série de ações, entre elas o Seed, programa do governo do Estado que acelera empreendedores com negócios inovadores, sem cobrar nenhum percentual da empresa em troca. “Esse crescimento em número de startups é um reflexo de um ecossistema maduro em Minas Gerais. A superação do Rio de Janeiro é um marco importante porque esse estado também tem grandes cases de startups bem-sucedidas, como Peixe Urbano e Groupon”, disse.
Ribeiro acredita que o “mérito” dessa conquista é de uma série atores que contribuíram para a maturidade do ecossistema. Ele destaca o trabalho do governo estadual, mas também de outras instituições como a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que criou o programa de aceleração Fiemg Lab. “Além disso, o Estado conta com universidades se envolvendo nesse processo e, claro, os próprios empreendedores que formaram uma comunidade muito articulada. Não é todo estado que tem uma comunidade como a San Pedro Valley, onde os empreendedores se ajudam tanto”, avalia.
Vocação – O subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Minas Gerais, Leonardo Dias, afirma que a consolidação de um ecossistema de startups forte em Minas Gerais está ancorado na vocação educacional do Estado. Ele lembra que Minas Gerais tem o maior número de universidades federais do País, além de instituições de educação particulares de grande prestígio, que tornaram o Estado um verdadeiro berço de talentos. O subsecretário explica que foram esses talentos que formaram a San Pedro Valley e que trouxeram essa revolução da inovação para Minas Gerais.
“Reconhecendo essa vocação que já existia, o governo do Estado entendeu que a inovação é o modelo estratégico para o desenvolvimento de Minas Gerais. Dessa forma, nós atuamos nos últimos anos fortalecendo esse setor não apenas com o Seed, mas com muitas outras ações”, afirma.
Fonte: Diário do Comércio