A gestão de pessoas é uma disciplina que evolui rapidamente na administração, por razões que vão desde a evolução das teorias relacionadas à psicologia até a alteração de cenários macroeconômicos que obrigam as empresas a se adaptarem constantemente. As próprias relações de trabalho têm uma implicação nas mudanças na forma como gestores e empresas lidam com as equipes. Terceirização de postos de trabalho, ambientes abertos, home office, modelos ágeis de gestão e outras mudanças nas interações entre as equipes vem desafiando empresas a adaptar toda cultura em torno da gestão para sobreviver.
Gestão é uma ciência, mas muitas vezes é tratada como dieta da moda: todo mês tem uma tendência nova que não podemos deixar de seguir. Nesse cenário, cada empreendedor ou gestor vai criando a sua própria metodologia, conectando teorias com ensinamentos práticos. Por isso sempre peço indicação de livros e conteúdos sobre o assunto pois é algo que nunca podemos deixar de buscar mais capacitação.
O conhecimento é a base da inovação e do crescimento exponencial
Quanto mais uma empresa permitir o trânsito de informações entre as equipes, mais rapidamente estas vão conseguir colaborar entre si. E quanto mais os profissionais conseguirem adquirir novos conhecimentos e experiências, mais as equipes vão evoluir dentro da corporação. É um espiral de crescimento baseado na velocidade do conhecimento. A tecnologia é o grande vetor da informação dentro das empresas. Plataformas de compartilhamento de conteúdo, ERPs integrados com sistemas de comunicação e gestão, aplicativos de produtividade e até os aplicativos de chat trouxeram novos hábitos e processos para o ambiente do escritório. Fora dele, também, uma vez que o trabalho remoto ficou muito mais conveniente para ambos: profissionais e empresas. Hoje, as pessoas têm acesso à informação em diversos devices e em quantidade ilimitada, o que permite um aprendizado acelerado em praticamente todos os segmentos de mercado. Tudo depende do quanto cada profissional procura se capacitar.
Se observarmos os desafios do segmento de educação, vamos perceber que existe uma semelhança entre a liderança de pessoas no ambiente de trabalho e o sistema educacional. O gestor é um facilitador corporativo, que vai abrindo caminhos para o crescimento profissional de cada colaborador, indicando soluções e conectando as pessoas para o trabalho em equipe. Hoje, o professor é um facilitador do conhecimento, que vai abrindo caminhos para o crescimento intelectual, indicando conteúdos e conectando os pontos entre a academia e o mercado.
Como realizar essa capacitação customizada para cada profissional nas empresas? Uma simples implementação de sistema já nos mostra como as pessoas têm atitudes diferentes e capacidades únicas de absorver a informação. Enquanto alguns descobrem todo o funcionamento do sistema em uma semana, antes mesmo da reunião de apresentação, outros passam meses se esforçando para entender como utilizar módulos e funções. Não se trata de uma diferença cognitiva entre as pessoas, mas de uma forma de aprendizado diferente em cada um de nós.
Abertura e horizontalidade são o começo de uma empresa-escola
Uma das coisas que aprendi na prática é que toda informação da empresa deve ficar aberta. Quanto mais facilitado o acesso à informação do que acontece em cada área maior é a capacidade de desenvolvimento daqueles que buscam capacitação por conta própria. Isso faz com que os verdadeiros talentos empresa tenham espaço para se evoluir sem limites internos.
Ter um ambiente com o conteúdo-base da empresa equaliza as diferenças de conhecimento de acordo com a velocidade individual de cada profissional. Bibliotecas físicas e virtuais, ou até uma espécie de wikipedia corporativa são muito importantes para empresas de todos os tamanhos. Quanto mais a informação ficar só na cabeça das pessoas, maior a possibilidade da criação de feudos internos.
Todos devem ensinar para todos aprenderem no mesmo nível
Outra atitude que ajuda muitas empresas para desenvolver pessoas e líderes é o incentivo ao compartilhamento formal do conhecimento e aprendizados. A proximidade entre os colegas é um fator que ajuda no engajamento com o conteúdo. Além disso, o reconhecimento aos que se dispõem a transmitir conhecimento faz com as pessoas busquem se capacitar mais para ensinar e, assim, serem reconhecidas. Outro ponto de destaque: é sabido que as pessoas aprendem mais quando ensinam, pois ensinar demanda um pensamento crítico em relação àquilo que conhecemos e nos faz buscar mais informações para transmitir o nosso conhecimento de forma didática. Por isso os gestores crescem em conhecimento e engajamento ao capacitar suas equipes e também outras áreas.
É fundamental adotar tecnologia para dar velocidade ao aprendizado
O modelo acadêmico clássico de reunir as pessoas de frente para o quadro ou projetor está dando lugar ao ensino em múltiplas plataformas de conteúdo. O acúmulo de reuniões durante o dia de trabalho acaba complicando a tarefa de quem precisa sincronizar as agendas para organizar uma capacitação com grupos de mais de 6 pessoas. Por outro lado, nunca tivemos tantas plataformas de conteúdo para disseminar nosso conhecimento. Desde canais no Youtube até plataformas mais robustas como SAP, Salesforce, Zoho e plataformas sociais corporativas como Yammer e Facebook Workplace. Gestores devem orientar e dar liberdade para que os times desenvolvam suas próprias metodologias de troca de conteúdo.
Em um cenário de transformação acelerada é fundamental que as empresas cresçam pela capacidade das pessoas evoluírem em conhecimento, inovando de dentro para fora. A gestão do conhecimento é a nova gestão de pessoas, se consolidando como um dos principais fatores do crescimento exponencial.
Fonte: Administradores
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