Tecnologia pode ser forte aliada de executivos e profissionais que buscam educação continuada de forma personalizada.
Uma das propostas do “lifelong learning é transformar a ideia de que o aprendizado termina quando o estudante sai da sala de aula ou recebe um diploma. Se traduzido, o termo refere-se ao aprendizado de toda vida, caminho que vai na direção oposta da mentalidade pré-globalização, quando profissionais se formavam e já estavam aptos para trabalhar nas suas áreas durante toda a vida.
Entre os benefícios apontados por pesquisas, como a “Lifelong learning; why do we need it?”, da Universidade de Teerã, estão maiores salários para os profissionais que se mantêm atualizados e maior capacidade de adaptação.
A prática de buscar sempre novos aprendizados leva também a benefícios na vida pessoal, garantindo que as pessoas estejam sempre atualizadas com as novas tecnologias.
Além do aspecto salarial, o “lifelong learning” também garante mais oportunidades de emprego, já que novas carreiras e habilidades são requeridas a todo tempo.
No Brasil, a nova fronteira de habilidades está relacionada à tecnologia. Apesar de o país enfrentar um desemprego recorde devido à pandemia, a área de Tecnologia da Informação disparou em 2020.
Para garantir a absorção de aprendizado, uma das dicas é aplicar a teoria à prática. Na famosa pirâmide de William Glasser, que mostra como aprendemos, as atividades práticas e o ato de ensinar um tema aos outros é a principal forma de absorver um novo conhecimento.
Essa dinâmica é aplicada no processo de educação executiva da FRST, startup de educação da consultoria Falconi. A empresa desenvolve trilhas de aprendizado para executivos baseadas no que as empresas esperam deles e nas suas lacunas.
A diferença é que a tecnologia permeia todo o processo, principalmente no diagnóstico.
“A gente vem de uma educação linear, em que a gente olha para trás, analisa o que aconteceu. Isso valia até certo tempo, porque as pessoas tinham tempo para isso, mas a gente mapeou no mercado que as empresas precisam ter profissionais ágeis devido à alta velocidade de transformação”, explica Juliana Scarpa, CEO da empresa.
As lacunas nas habilidades dos executivos são verificadas com base em uma tecnologia que usa inteligência artificial.
A partir das respostas discurssivas dos candidatos a perguntas ou a partir de uma redação redigida por eles, a FRST traça um perfil socioemocional com o que os pontos fortes e os que precisam ser melhorados nos executivos.
Assim, diversos aspectos da escrita mostram como a pessoa é. Segundo a empresa, 85% dos participantes apontam que o software acerta.
De acordo com a CEO, a personalização da educação é a principal vantagem que a tecnologia proporciona.
Na trilha desenvolvida, são apontadas as referências teóricas, a rede de colaboração que é necessária como apoio ao profissional, a aplicação e a execução.
“O lifelong learning é garantido de acordo com o que a gente absorve quando a gente tem que resolver um problema. Diferentemente da criança, que aprende tudo porque que acha interessante, nos adultos tem a questão prática, que estão conectadas às necessidades das empresas” , afirma Juliana.
Entre as habilidades que a plataforma aponta o caminho do desenvolvimento estão: aumentar a inovação, resolução de problemas e liderança.
O foco é em habilidades conhecidas como soft skills. Isso porque, de acordo com a FRST, os clientes não costumam chegar com reclamações sobre os executivos não terem uma habilidade técnica, com algum software, por exemplo, mas relacionados ao socioemocional.
“Desenvolvemos as pessoas para elas serem capazes de extrair informações relevantes dos dados com senso crítico para a tomada de decisão”.
Esses comportamentos estão na lista das 10 habilidades necessárias para os profissionais contemporâneos, publicadas no relatório The Future Jobs, de 2016, do Fórum Econômico Mundial. Além deles, estão também a gestão de pessoas, a colaboração e a inteligência emocional.
Fonte: Exame