O ano de 2023 traz novos desafios da liderança para o mercado. Tais adversidades, inclusive, reforçam a necessidade de muita atenção para ultrapassar um ano que promete apresentar instabilidades.
As prioridades de 2023 para os líderes devem estar bem alinhadas com as preocupações e movimentações do mercado. A fragilidade da recuperação pós pandemia não acabou, pelo contrário, há de se dedicar ainda mais atenção, com novas ondas e variantes, e pela mudança de valores pessoais que estão ditando uma mudança organizacional no mercado de trabalho.
Outro desafio que será enfrentado pelas empresas, é a mudança do líder político, que naturalmente também traz possíveis alterações, que precisam ser observadas de perto e atentamente. Além desses pontos de atenção, as empresas de tecnologia continuam com o desafio da perda de recursos para o mercado internacional, principalmente com opções 100% home office e com remuneração em moeda estrangeira.
Uma pesquisa da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom) estima que até o fim deste ano sejam investidos de R$ 345,5 bilhões na área, com destaque para big data, armazenamento na Nuvem e IoT. O setor deve crescer até 2024, gerando um mar de oportunidades para os profissionais desta área.
Diante desse cenário, o mercado apresenta disputas acirradas para a gestão no ano de 2023. Há ainda a necessidade de equilibrar a sustentabilidade financeira da empresa com as pessoas no centro da estratégia, e para isso, minha sugestão é que a liderança precisa ter atenção em quatro pontos: Gestão de Pessoas no Modelo Híbrido, Segurança Psicológica, agenda ESG e Diversidade.
1. Gestão de pessoas no modelo híbrido
Que o modelo de trabalho híbrido veio para ficar, já sabemos! Mas como fazer gestão das pessoas que parte estão em casa, já que um dos benefícios deste modelo é ampliar a contratação de mão de obra qualificada distante do escritório físico da empresa. O ano de 2023 vai exigir dos líderes muita cautela na gestão dos seus liderados, para não privilegiar o desenvolvimento e atenção daqueles que estão próximos fisicamente.
Além disso, buscar produtividade e entrega balanceando os benefícios do presencial com o relacionamento e engajamento da equipe, com os benefícios do home office que é oferecer maior qualidade de vida no dia a dia, quando não se perde mais tempo de deslocamento até o escritório, e a possibilidade de ficar mais próximo da família, filhos e pets.
Um estudo realizado pela Alelo, com mais de 2,7 mil colaboradores de todo Brasil, em dezembro de 2021, avaliou as adaptações e percepções quanto ao home office, as mudanças dos hábitos alimentares e a segurança financeira dos colaboradores durante a pandemia e revelou que dos 33% que tiveram o modelo de trabalho Home Office, 77% mostraram extremamente felizes.
2. Segurança Psicológica
Além das competências técnicas exigidas na gestão de pessoas, o ano de 2023 exigirá ainda mais dos líderes o desenvolvimento de um ambiente seguro no trabalho. O nome Segurança Psicológica refere-se quando os colaboradores se sentem seguros para exporem ideias, preocupações e questionamentos com sinceridade, dentro de um ambiente onde há respeito e confiança.
Isso pode afetar diretamente no desempenho e saúde mental dos colaboradores, além da sua satisfação, produtividade, inovação e engajamento. A prática de empatia, escuta ativa e acolhimento, torna-se indispensável neste momento. Outro ponto interessante, é criar cada vez mais espaços que incentivam diálogos, troca de experiências e abertura para erros.
3. Agenda ESG e Diversidade
Atualmente, os colaboradores esperam que as organizações se posicionem sobre o que defendem e alcancem um crescimento sustentável cuidando de todas as partes envolvidas.Por isso, se torna extremamente importante desenvolver as pautas ESG dentro das empresas em 2023.
Também, vale ressaltar que em 2023, é relevante que as empresas aumentem o apoio e acolhimento com os desafios voltados às mulheres no mercado de trabalho. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mulheres superou em 4,8 milhões o de homens no Brasil.
A população que foi estimada em 2021 era de 212,7 milhões de pessoas. Desse total, 108,7 milhões (51,1%) são mulheres. Mesmo sendo maioria, ainda não desfrutam da justa representatividade do seu desempenho dentro das empresas, principalmente entre os cargos de liderança.
Machismo, equidade salarial, assédio no ambiente de trabalho, síndrome da impostora e equilíbrio entre vida pessoal e profissional precisam ser discutidos e conscientizados frequentemente. Essa não é uma causa apenas feminina, e sim responsabilidade das empresas e líderes com planos de ações de conscientização e transformação contínua.
Para todas essas ações e atitudes que podem direcionar os líderes em 2023, não existe certo ou errado. Tudo precisa ser equilibrado com a saúde financeira da empresa, cultura organizacional e o bem-estar dos colaboradores.
Fica uma reflexão e análise para 2023: Qual a maturidade da sua empresa e liderança com os temas abordados, e como eles ajudarão a ultrapassar os desafios da liderança que trará o ano de 2023? Plantando a semente nos C-levels e líderes, as empresas já podem começar uma leve transformação. Pense nisso!
*Juliana Dimário Profissional de Marketing Institucional e Comunicação Corporativa, com mais de 12 anos de experiência atuando em empresas de grande porte e multinacionais, na área de engajamento e clima organizacional, branding, jornada de cliente, comunicação corporativa e marketing de produtos. Membro da Associação Brasileira de RH.
Juliana é Head de Pessoas e Cultura da CBYK, com certificação Internacional em Psicologia Positiva pelo WholeBeing Institute, Chief Hapiness Officer (CHO) pelo Instituto Feliciência, com MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas, e graduação em Comunicação Social pela Universidade Metodista.
Fonte: RH Portal