O Brasil registrou superávit em transações correntes de US$ 620 milhões em abril, no azul pelo terceiro mês consecutivo, mas abaixo do esperado e mais uma vez beneficiado pelo desempenho da balança comercial.
O dado veio abaixo da expectativa de superávit de US$ 1,1 bilhão apontada em pesquisa Reuters com analistas e também mais fraco do que o superávit de US$ 1,149 bilhão registrado no mesmo mês do ano passado.
IDP – Já os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 2,6 bilhões em abril, informou também o Banco Central ontem, pior que a projeção de analistas de US$ 3,0 bilhões. Nos quatro primeiros meses do ano, o déficit nas transações correntes é de US$ 2,604 bilhões, sobre US$ 3,495 bilhões em igual etapa de 2017.
Para o ano, o BC prevê que o déficit nas transações correntes será de US$ 23,3 bilhões, bem maior que o rombo de US$ 9,762 bilhões no ano passado, principalmente por superávit mais fraco esperado para a balança comercial.
Isso porque, com maior fôlego na economia, a projeção é de que as importações cresçam no País em ritmo mais forte do que as exportações. Isso voltou a acontecer em abril, com a balança comercial fechando o mês positiva em US$ 5,493 bilhões, sobre o saldo positivo de US$ 6,742 bilhões registrado no mesmo mês do ano passado. Ao mesmo tempo, os gastos líquidos de brasileiros no exterior chegaram a US$ 1,040 bilhão.
Posição confortável – Mesmo com a piora em relação ao ano passado, o déficit em transações correntes segue baixo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), tendo chegado a 0,43% nos 12 meses até abril. O IDP, na mesma base de comparação, foi a 3,03% do PIB. O governo tem argumentado que a posição é confortável e deixa o País mais preparado para lidar com a volatilidade externa e a alta do dólar frente ao real, movimento que tem sido impulsionado, nas últimas semanas, pela expectativa de aperto mais intenso nos juros dos Estados Unidos.
Fonte: Diário do Comércio