Após três anos consecutivos de retração na economia (2014, -0,7%); (2015, -4,3%); e (2016,-1,8%), o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais voltou a crescer em 2017, com alta de 0,6% em relação a 2016. O desempenho foi puxado principalmente pelo setor de serviços, com evolução de 1,3%. Dentro do setor, o segmento do comércio, com aumento de 2,5%, foi o maior responsável pelo resultado positivo do Estado no exercício passado. Os dados foram divulgados ontem pela Fundação João Pinheiro (FJP).
Somente no quarto trimestre de 2017, o PIB de Minas Gerais cresceu 0,9% em relação aos três meses anteriores e também apurou aumento de 2,1% sobre o mesmo período de 2016. Para o pesquisador da FJP, Glauber Silveira, o último trimestre do ano passado contribuiu de forma significativa para o fechamento positivo do exercício.
Silveira explicou que a recuperação da economia estadual é observada desde 2016 e culminou no resultado positivo de 2017. Ainda assim, o desempenho do PIB mineiro, com crescimento de 0,6%, foi menor do que o PIB nacional, com alta de 1% no ano passado. “A partir do que observamos em 2017, esperamos taxas positivas e mais expressivas de crescimento neste ano”, acrescentou.
O PIB do setor de serviços foi o que mais pesou para o resultado estadual de 2017. No período, o crescimento foi de 1,3% na comparação com 2016. Dentro do segmento, o PIB do comércio mineiro aumentou 2,5%, se consolidando como o principal responsável pelo desempenho do PIB estadual para o ano passado.
O pesquisador da FJP detalhou que o crescimento do PIB do comércio teve suas bases no aumento dos volumes de vendas nos segmentos de tecidos, vestuário e calçados, com alta de 32,5% em 2017 sobre 2016, e também pelas vendas dos hipermercados e supermercados, com evolução de 15,1%, em igual confronto.
No setor de serviços, o segmento de transportes, que considera transporte de passageiros e de cargas, registrou crescimento de 0,9% no PIB de 2017. Para Silveira, esse é um sinal positivo de recuperação da atividade industrial, uma vez que o transporte também considera o escoamento da produção do parque mineiro.
Indústria – Porém, na indústria de Minas, o PIB também diminuiu, com queda de 1,4%. Nesse caso, a construção civil, com 14 trimestres seguidos de retração e baixa de 6,4% em 2017, foi o segmento que empurrou o resultado do parque produtivo para baixo. “A construção civil é o setor que, tradicionalmente, demora mais para se recuperar”, justificou Silveira.
Ainda dentro do parque produtivo, a indústria extrativa, importante atividade para a economia estadual, viu seu PIB aumentar 3,4% em 2017 sobre 2016. Para o pesquisador da FJP, o aumento está ligado à expansão da produção mineral no Estado, principalmente por parte da Vale. O PIB da indústria da transformação também cresceu, com evolução de 1,3% em 2017. Já o segmento de energia e saneamento registrou queda de 7,2%.
A agropecuária mineira, que vinha sustentando o PIB estadual nos últimos anos, evitando quedas mais expressivas, caiu em 2017 1,7% sobre 2016. O principal motivo, segundo Silveira, foi a bienalidade negativa do café, principal produto do agronegócio em Minas, e também o fraco desempenho da pecuária leiteira. As informações de safra apontam uma queda de 18,3% na produção do café no ano passado.
Fonte: Diário do Comércio