Quem nunca ouviu aquele famoso tipo de frase que deixa clara a resistência das pessoas a mudanças: “não precisamos mudar, está bom assim” ou “pode ser mais demorado, mas já estou acostumado com esse modo de fazer as coisas”.
Pensando nessa resistência e na dificuldade de alterar a rotina e os métodos de trabalho das pessoas, o antropólogo Arnold Van Gennep publicou em 1909 uma obra que sugeria um modelo pioneiro de mudanças baseado em 3 estados:
Estado Atual;
Estado de Mudança;
Estado Futuro.
Esse modelo foi bastante aprimorado com o passar do tempo, e hoje pode (e ainda é) ser utilizado em diversos contextos, tanto a nível organizacional quanto pessoal. Veja como esses 3 estados podem te ajudar a planejar e executar mudanças aí na sua empresa.
Estado Atual
O Estado Atual nada mais é do que o desconforto gerado por algo, por exemplo: há muitas NC’s de reclamação de clientes abertas; reuniões são feitas e ações não são definidas, a empresa não vem demostrando resultados animadores, etc. Ou seja, o estado atual corresponde a como as coisas são hoje, como elas acontecem e corresponde ao presente da sua empresa.
Para isso, você precisa refletir quais são as suas maiores dores, pensando no que precisa ser aprimorado, no que está incomodando você. Isso é necessário para saber exatamente o que você precisa fazer para alcançar seu objetivo no futuro.
Estado de Mudança
Depois que você descobriu o que precisa mudar, está na hora de fazer essa transição. É como pensar em um objetivo pessoal, por exemplo, você está com dores de cabeça, então você cria a consciência de que precisa ir a um médico especialista, neste caso, um neurologista, que te examinará e te dará exatamente o tratamento que necessita.
A transição é o momento de tratar aquilo que te incomoda. Você pode utilizar, por exemplo, o 5W2H para te auxiliar na hora da análise. Para que você melhore, precisará, não só fazer planos de ações para mudar, como executar esses planos. O estado de mudança é tudo que você terá de fazer para alcançar aquilo que deseja, tudo que você precisa fazer para mudar. Imagine o exemplo que dei, das dores de cabeça, você terá que:
Pesquisar médicos especializados;
Marcar uma consulta;
Fazer exames;
Fazer o tratamento:
Tomar todos os remédios;
Seguir as recomendações médicas;
Fazer retornos das consultas;
Mudar alguns hábitos.
Estado Futuro
Depois de começar o tratamento da sua dor e melhorar, você deverá realizar o acompanhamento contínuo, ou seja, o Estado Futuro é chegar onde você planejou e manter isso como seu novo Estado Atual. Como o “C” e “A” do ciclo PDCA, fazendo e revendo suas ações e observando se elas estão dando certo ou se algo precisa ser reajustado.
Nessa etapa, você não deve voltar aos hábitos antigos. Seu foco agora é manter novas métricas e a nova rotina, pensando sempre que, caso você deixe de fazer algo, retornará ao Estado que tanto te incomodava.
No exemplo que eu dei, o Estado Futuro seria as dores de cabeça acabarem, e você precisaria “padronizar” aquilo que deu certo para que elas não voltem. Poderia ser algo como exercitar-se continuamente ou evitar algum tipo de alimento. Algo é responsável pelas dores de cabeça, e isso terá de ser eliminado na nova rotina.
Lembre-se sempre de que sua dor de cabeça pode voltar
As mudanças bem-sucedidas só acontecem quando você passa pelos três estados de forma consciente e organizada, ou seja: planejando (Estado atual), realizando (Estado de mudança) e mantendo as alterações (Estado futuro). Mais ou menos assim:
Isso acontece porque, toda vez que lidamos com pessoas, principalmente a nível organizacional, precisamos ter um processo consistente para fazer as coisas. E isso pressupõe, por exemplo, um ciclo a ser seguido. Se você reparar, pode-se perfeitamente utilizar o PDCA para guiar esses estados e passar por eles de forma planejada e focada nos objetivos.
Fonte: Blog da Qualidade