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Por que a chave para equidade de gênero pode estar na comunicação interna

12 de março de 2024 / Carreira / por Comunicação Krypton BPO

Segundo a Head de Pessoas, Estratégia e Cultura na Dialog, é preciso enxergar a área da Comunicação Interna não como a responsável, mas sim como uma parceria em um momento de grandes mudanças

Com a chegada do mês que celebra o Dia Internacional da Mulher, a pauta que trata a equidade de gênero ganha força na sociedade e, consequentemente, nas empresas. De acordo com o relatório Global Gender Gap, divulgado em 2023 pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil melhorou significativamente no ranking dos países com melhor paridade entre os gêneros – pulando da 94ª posição em 2022 para a 57ª no ano passado. Segundo o estudo, se a temática continuar evoluindo a passos lentos, estima-se que a disparidade entre gêneros deixe de existir no planeta daqui a 130 anos.

No que diz respeito ao mundo do trabalho, de acordo com o IBGE, a diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil voltou a subir e atingiu 22% no final de 2022. Isso significa que, em média, uma mulher brasileira recebe 78% do que ganha um homem. Já quando pensamos em cargos de liderança, por exemplo, essa desigualdade também é bastante presente. Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria em parceria com o Instituto FSB, divulgada em 2023, mulheres ocupam apenas 29% dos cargos de liderança no setor. Além disso, só 14% das empresas têm áreas específicas dedicadas à promoção da igualdade de gênero no trabalho.

Embora a nível global o Brasil tenha avançado na pauta de equidade, ainda há muito a ser feito. Para Bruna Simoni, Head de Pessoas, Estratégia e Cultura na Dialog, HR Tech que lidera o setor de Comunicação Interna e engajamento no Brasil, a Comunicação Interna é a principal aliada das empresas nessa luta. “A Comunicação Interna desempenha um papel crucial na promoção da equidade de gênero dentro das empresas, pois fornece uma estrutura para disseminar informações, promover a conscientização e criar uma cultura organizacional viva. No entanto, tudo isso só é possível se as lideranças estiverem dispostas a fomentar essa transformação no ambiente de trabalho”, explica.

Segundo ela, é preciso enxergar a área da Comunicação Interna não como a responsável, mas sim como uma parceria em um momento de grandes mudanças. “Enfrentar os desafios para conquistar a equidade de gênero nas empresas, como a desigualdade salarial, a falta de representatividade em cargos de liderança e a ausência de políticas que facilitam a conciliação entre o trabalho e a família requer um compromisso contínuo da empresa, uma atuação constante da Comunicação Interna e a implementação urgente de políticas inclusivas, que repensem a cultura organizacional e conquistem o engajamento das lideranças. Estar ciente desses problemas e mostrar disposição para solucioná-los é o que coloca as empresas à frente na corrida para promover ambientes de trabalho equitativos, respeitosos e inclusivos”, analisa.

A equidade como parte da cultura organizacional

Para que as empresas se tornem mais inclusivas, especialmente em relação à garantia de oportunidades semelhantes às mulheres, é necessário adotar uma abordagem abrangente que construa políticas internas coerentes, fortaleça a cultura organizacional, envolva lideranças e conte com o apoio de áreas estratégicas, como a de Comunicação Interna e a de Recursos Humanos. Esse combo de iniciativas é fundamental a fim de que a organização tenha todo o suporte necessário para implementar as mudanças que deseja.

Sem uma liderança comprometida com a pauta, não é possível valorizar, de fato, a diversidade e a inclusão nos espaços corporativos. “Além disso, é muito importante que a marca estabeleça metas claras que ilustrem onde a empresa quer chegar. A definição de indicadores mensuráveis permite que os gestores acompanhem essa transformação organizacional de forma gradativa. Enxergar, em números, quais são as metas de contratação, promoção e representatividade em cargos de liderança, por exemplo, é essencial para ajustar as estratégias pelo caminho”, ressalta Bruna.

A transformação exige participação ativa

Nenhuma mudança organizacional acontece da noite para o dia. É importante ter em mente que, para que essa transformação seja vivenciada na empresa, todos os colaboradores – ou pelo menos a maior parte deles – devem participar ativamente dela. Nesse sentido, a Comunicação Interna, por ser uma área estratégica que precisa acompanhar o desenvolvimento da organização, se torna essencial para que a empresa consiga engajar as pessoas e mostrar o porquê das coisas.

“A desconstrução de vieses inconscientes, por exemplo, é um importante tarefa da CI. A área precisa desempenhar um papel educacional e informativo, induzindo os profissionais a refletir a respeito de conceitos automáticos e involuntários que influenciam o nosso pensamento e as nossas tomadas de decisão. A realização de treinamentos, seminários e palestras que apoiem essa construção conceitual também é muito bem-vinda. Independentemente da ação que será realizada pela empresa, fica claro que é impossível executá-la com eficiência sem uma Comunicação Interna ordenada. A área de CI é o elo que conecta a cultura organizacional às pessoas, funcionando como um motor que impulsiona o comportamento esperado em direção aos resultados desejados”, conclui a Head de Pessoas, Estratégia e Cultura na Dialog.

Fonte: Administradores  

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