Produtos financeiros, por outro lado, tiveram alta entre os principais destinos para o dinheiro guardado.
Pela primeira vez em quatro anos, a Poupança perdeu espaço entre os investimentos preferidos para guardar dinheiro. Em 2020, 30 milhões de brasileiros direcionaram as economias para a caderneta (29%), uma queda de oito pontos percentuais em relação a 2019. Ainda assim, a aplicação mais famosa do País fechou o ano passado com saldo de mais de R$ 1 trilhão.
Já os produtos financeiros avançaram entre os favoritos, com 53% da população que conseguiu economizar apostando em outras aplicações de renda fixa e variável – em comparação ao ano anterior, a alta é de 11 pontos percentuais neste segmento. Os grandes destaques são os fundos (5%) e títulos privados (5%), que juntos somam cerca de 10 milhões de investidores, o dobro de adeptos em relação a 2019.
Os dados são da 4ª edição da pesquisa ‘Raio X do Investidor’’, feita pela ANBIMA em parceria com o DataFolha entre 17 de novembro e 17 de outubro de 2020, com 3408 pessoas economicamente ativas de todo o País. Os participantes dos estudos possuem 16 anos ou mais e pertencem às classes A, B e C. Segundo a instituição, é a primeira vez que os produtos financeiros ultrapassaram a soma de todos os outros destinos dados para as economias.
“A redução da taxa básica de juros estimulou as pessoas a diversificarem seus investimentos na busca por rentabilidade. Isso explica o crescimento nas aplicações em produtos um pouco mais arriscados, como títulos privados e fundos de investimento”, afirma Marcelo Billi, superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores da ANBIMA.
Diferenças econômicas
O interesse por aplicações financeiras, que não a Poupança, vai crescendo conforme sobem as classes sociais. No ano passado, 48,3% dos brasileiros da classe A escolheram produtos financeiros como destino para suas economias, universo que aumentou 20 pontos percentuais em relação a 2019. Entre os brasileiros da classe B, o crescimento foi de 7,2 pontos, passando de 21,4% para 28,6%. Na classe C, a preferência por produtos financeiros manteve-se em 12,6%.
Fonte: Estadão