Entender a diferença entre o que é rede, mídia e cuidar desse espaço de relacionamento, é o nosso grande desafio.
A internet mudou a vida como conhecíamos.
Atualmente, somamos mais de 4,54 bilhões de pessoas conectadas, e pelo menos 3,8 bilhões só nas mídias sociais. Isso representa mais da metade da população mundial com acesso ao Facebook, Instagram, LinkedIn, dentre outras plataformas que integram o universo das redes sociais.
Essas redes, criadas a partir das relações entre pessoas, instituições, organizações e empresas, são pautadas basicamente por interesses comuns, e claro, também pela troca de bens e serviços.
O que aconteceu, com a chegada das mídias sociais, é que essas relações passaram a ser mediadas pelas plataformas digitais. Por isso, quando pensamos em redes, logo nos vem a mente as mídias.
Por elas, o nosso medo de estar fora das redes só aumenta.
Na ânsia por nos mantermos conectados e bem informados, nós, brasileiros, passamos em média 9 horas online. Somos o terceiro país do mundo a passar mais tempo na internet, atrás somente das Filipinas e da África do Sul. A média mundial chega a quase 7 horas.
Muito embora esse tempo seja dividido entre os acessos à websites de notícias, entretenimento, e-commerces, apps de música, games e outros serviços digitais, é nas mídias de relacionamento e chats que passamos maior parte dos nossos dias, interagindo, compartilhando e consumindo.
Somos irremediáveis seres sociais, mesmo quando, nem sempre, sociáveis. Esse caráter sociável parece se manifestar sempre que não conseguimos mais suportar nossa solidão e individualidade, tornando assim as mídias um refúgio temporal.
Nossa condição só não agrava os atuais problemas de ansiedade e stress, pois na medida do possível encontramos formas de fazer das mídias uma boa extensão do espaço público e democrático, movendo temas e ações em prol de causas, ou realizando a venda de produtos e serviços certos para as pessoas certas.
Com as necessidades imediatas devidamente sanadas, tudo fica bem por algum tempo.
Temos um grande desafio pela frente, de regulamentar e zelar por esse espaço. Digo nós, e nisso me refiro a todos os que fazem parte das redes. No caso das empresas, por exemplo, que ao se definirem e comportarem como marcas, mantendo uma personalidade arquetípica, tom de voz e identidade, o desafio é o de não mais persuadir, ou fomentar o desejo do consumidor, antes, o de conectar e ajudar as pessoas a melhorarem.
Afinal, todos somos pessoas. Mesmo numa roupagem jurídica, num meio digital, há pessoas por trás de cada CNPJ e plataforma. Cuidar do “lugar” onde nos relacionamos, nas mídias, é pensar no nosso bem-estar; significa, quem sabe, restaurar a utopia (se é que o queremos).
Fonte: Administradores.com