A expectativa mediana dos economistas compilada no consenso Bloomberg era de alta de 5,9% no indicador na base mensal
A produção industrial brasileira teve alta de 8% em julho na comparação com junho, mostrou nesta quinta-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acima do esperado pelos economistas. Na base de comparação anual, a baixa foi de 3%.
A expectativa mediana dos economistas compilada no consenso Bloomberg era de alta de 5,9% no indicador na comparação mensal, após registrar alta de 8,9% na medição anterior. Na comparação anual, a projeção era de recuo de 6%, após cair 9% no mês anterior.
Com a alta de julho, foram três meses seguidos de alta, eliminando parte da perda de 27% acumulada em março e abril, momento de agravamento dos efeitos do isolamento social por conta da pandemia da COVID-19, que afetou o processo de produção em várias unidades produtivas no país. O crescimento, porém, ainda não foi suficiente para eliminar a queda acumulada em março e abril, que levaram o patamar de produção ao seu ponto mais baixo da série, destaca o IBGE.
Em relação a julho de 2019 (série sem ajuste sazonal), o recuo de 3% marcou o nono resultado negativo seguido nessa comparação. Com isso, o setor acumula perda de 9,6% no ano. Em doze meses, a redução foi de 5,7%, marcando o recuo mais intenso desde dezembro de 2016 (-6,4%) e acelerando a perda frente aos meses anteriores.
Variações mensais
Entre as atividades, a influência positiva mais relevante em relação ao mês anterior foi assinalada pela de veículos automotores, reboques e carrocerias, que avançou 43,9% em julho de 2020, impulsionada, em grande medida, pela continuidade do retorno à produção após a interrupção em função da pandemia. O setor acumulou expansão de 761,3% em três meses consecutivos de crescimento na produção, mas ainda assim se encontra 32,9% abaixo do patamar de fevereiro último.
Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de Metalurgia (18,7%), de Indústrias extrativas (6,7%), de Máquinas e equipamentos (14,2%), de Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,8%), de Outros produtos químicos (6,7%), de Produtos alimentícios (2,2%), de Produtos de metal (12,4%), de Produtos de minerais não-metálicos (10,4%), de Confecção de artigos do vestuário e acessórios (29,7%), de Produtos de borracha e de material plástico (9,8%), de Produtos têxteis (26,2%), de Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (13,8%), de Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12,0%), de Produtos diversos (27,9%) e de Bebidas (4,6%).
Por outro lado, o ramo de Impressão e reprodução de gravações, com queda de 40,6%, assinalou o único resultado negativo nesse mês.
A atividade havia registrado expansão de 77,1% em junho, quando interrompeu dois meses de consecutivos de redução na produção, período em que acumulou perda de 27,7%.
Entre as grandes categorias econômicas, em relação a junho de 2020, bens de consumo duráveis, ao crescer 42,0%, mostrou a taxa positiva mais acentuada em julho de 2020.
Foi o terceiro mês seguido de expansão na produção, acumulando 443,8% de avanço no período. Mesmo assim, o segmento ainda se encontra 15,2% abaixo do patamar de fevereiro.
Os setores produtores de bens de capital (15,0%) e de bens intermediários (8,4%) avançaram acima da média da indústria (8,0%). Já o de bens de consumo semi e não-duráveis (4,7%) também teve taxa positiva, mas assinalou o crescimento menos intenso entre as categorias econômicas.
Todos esses segmentos apontaram expansão pelo terceiro mês consecutivo e acumularam no período ganhos de 70,5%, 21,1% e 24,0%, respectivamente, mas ainda assim permanecem abaixo do patamar de fevereiro último.
Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral para o total da indústria avançou 8,8% no trimestre encerrado em julho de 2020 frente ao nível do mês anterior, interrompendo a trajetória de quedas iniciada em novembro de 2019. A expansão observada nesse mês foi a mais acentuada desde o início da série histórica.
Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (64,0%) assinalou o avanço mais intenso em julho de 2020 e interrompeu o comportamento negativo presente desde dezembro de 2019, acumulando recuo de 64,8% no período.
Os setores de bens de capital (18,6%), de bens de consumo semi e não-duráveis (7,3%) e de bens intermediários (6,7%) também mostraram taxas positivas em julho de 2020 e os avanços mais elevados das séries históricas. O primeiro interrompeu trajetória de quedas iniciada em junho de 2019; o segundo intensificou a alta de 1,3% do mês anterior; e o terceiro eliminou parte da perda de 12,8% acumulada de março a junho de 2020.
Fonte: Infomoney
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