É sabido que o mundo corporativo está em constante mudança, e o mesmo se aplica à área dos recursos humanos, que está cada vez mais estratégica para construir equipes de alta performance. Após o auge da pandemia da Covid-19, o setor foi acelerado pelas novas tecnologias, modelos de trabalho, com ênfase na saúde mental e olhar mais humanizado nas relações de trabalho. Esses continuam sendo tópicos essenciais que necessitam ser discutidos para alcançar uma boa relação entre os profissionais.
Inicialmente, o RH ocupava-se somente das questões operacionais e burocráticas e os times realizavam tarefas de caráter administrativo. Entretanto, debates sobre saúde mental e qualidade de vida ganharam destaque no setor, o que potencializou a humanização entre os envolvidos. Por exemplo, uma pesquisa realizada pela empresa Gattaz Health & Results mostra que 18% dos profissionais brasileiros sofrem com o Burnout. Além disso, 43% relataram sintomas depressivos, com 13% tendo sido diagnosticados com a doença; e 24%, queixas relacionadas à ansiedade. A gestão de pessoas tem investido em estratégias para favorecer a satisfação, motivação e engajamento com o objetivo de diminuir os casos de ansiedade, depressão e Síndrome de Burnout.
Várias organizações estão investindo corretamente em soluções, como ajuda psicológica, diminuição da carga horária e até mudança de modelo no trabalho. Contudo, a raiz do problema reside na transformação da cultura de comando e controle para aquela de autonomia, maestria e propósito; do respeito aos limites de horário e foco nas entregas do colaborador, na liderança situacional e distribuída, na cocriação das formas de trabalhar entre colaboradores e lideranças.
A saúde mental tornou-se um assunto importante nas empresas, principalmente após a aceleração tecnológica causada pela pandemia da Covid-19 – outra característica deste período que vai se estender para o 2023. Somente em 2021, o investimento em tecnologias da informação nas empresas foi equivalente ao esperado para o período de um a quatro anos, segundo uma ampla pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ou seja, muitos negócios se desenvolveram mais rápido do que o esperado. A otimização nas empresas deve ser favorecida pelas tecnologias, em processos manuais burocráticos e através de ferramentas nos processos de avaliação de desempenho e feedbacks.
Outra importante tendência de RH para 2023 é o incentivo às competências emocionais, comportamentais e culturais. As novas gerações que estão entrando no mercado de trabalho têm conhecimento de suas capacidades e, quando não valorizadas ou exploradas, sentem-se insatisfeitas. Cabe um olhar personalizado para além do conhecimento técnico. O relatório “The Future of Jobs 2020”, do Fórum Econômico Mundial, mostra que 50% das habilidades profissionais devem mudar nos próximos cinco anos e destaca a criatividade e a flexibilidade como as principais.
São muitas as tendências para o próximo ano e o setor de RH ainda está se adaptando às novidades causadas pelos anos anteriores. Não há resposta certa ou errada, visto que cada empresa possui suas características. Cabe ao setor implementar as devidas transformações sociais e culturais para que os colaboradores sintam-se engajados em um ambiente diversificado e aberto às novidades.
Fonte: Mundo RH