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Setor de serviços volta a crescer em Minas Gerais em junho

19 de agosto de 2020 / Consultoria / por Comunicação Krypton BPO

O segmento de serviços em Minas Gerais apresentou crescimento de 4,7% em junho em relação a maio, na série com ajuste sazonal. O Estado registrou um avanço próximo ao da média nacional, que foi de 5%. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, em outras bases de comparação, os números permanecem negativos. Em relação a junho do ano passado, o volume dos serviços prestados no Estado recuou 11,5%. No acumulado de janeiro a junho, a retração em Minas foi de 8,4%. Já na variação acumulada nos últimos 12 meses, em relação ao mesmo período de 2019, a queda foi de 4,2%.

A supervisora de pesquisa econômica do IBGE, Claudia Pinelli, destaca que as medidas de flexibilização do isolamento social contribuíram para os números positivos em junho. No entanto, explica ela, o setor de serviços tem um comportamento diferente dos demais: demora um pouco mais a se recuperar, por ser dependente da indústria e do comércio.

“Por isso é que só em junho em relação a maio teve taxa positiva. Desde fevereiro, os números já eram negativos e em março, abril e maio ainda tiveram os reflexos relacionados ao isolamento social”, destaca. “Só agora é que se está conseguindo mostrar esse retorno das atividades”, ressalta.

No que diz respeito aos resultados por atividades, levando em consideração o mês de junho deste ano com o mesmo período de 2019, foram diversos os resultados negativos no volume de serviços, conforme mostram os dados do IBGE.

O recuo mais intenso foi verificado em serviços prestados às famílias (-50,5%). Posteriormente vêm outros serviços (-11,2%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios (-11,0%), serviços de informação e comunicação (-7,6%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,1%).

Na variação acumulada do ano, os serviços prestados às famílias também foram os que mais sofreram (-32,2%) em relação ao volume. Eles foram seguidos por transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-12,2%), outros serviços (-5,9%) e serviços de informação e comunicação (-5,7%). Apenas serviços profissionais, administrativos e complementares (2,1%) apresentaram crescimento nessa base de comparação.

Na variação acumulada de 12 meses, os serviços prestados às famílias caíram 14,9%. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio apresentaram queda de 8,4% e serviços de informação e comunicação recuaram 3,3%. Do lado das altas ficaram outros serviços (0,7%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (4,1%).

Futuro incerto – Conforme ressalta Claudia Pinelli, muitos serviços são relacionados ao lazer e não são considerados essenciais, por isso poderão levar um tempo maior para se recuperar.

Além disso, ela lembra que além das medidas de distanciamento social, que geram muitas incertezas em relação ao funcionamento dos serviços, existe mais uma questão: as incertezas em torno da renda. Muitas famílias, diz, estão preocupadas com a questão orçamentária, o que poderá refletir no segmento.

Nível está distante do patamar pré-pandemia

São Paulo – O volume de serviços do Brasil voltou a aumentar em junho depois de quatro meses de quedas diante do afrouxamento do isolamento social para contenção da pandemia do Covid-19, mas ainda está distante de retornar aos níveis pré-pandemia e destaca a dificuldade de recuperação do setor.

O setor de serviços apresentou em junho avanço de 5,0% sobre maio, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, entretanto, fica longe de recuperar as perdas acumuladas de 19,5% dos quatro meses anteriores.

Com isso, o segundo trimestre terminou com queda de 15,4% sobre os três meses anteriores. Nos três primeiros meses do ano as perdas foram de 3%.

Destacando ainda mais os impactos das medidas de isolamento sobre um dos principais setores da atividade econômica, o volume de serviços apresentou recuo de 12,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, quarta taxa negativa.

Além disso, mesmo com o resultado mensal de junho sendo o segundo mais alto da série iniciada em janeiro de 2011, o volume de serviços ficou 14,5% abaixo do patamar registrado em fevereiro, último mês antes da implementação das medidas contra o Covid-19.

“Diferente do comércio, em que a taxa já faz um V e recupera perdas da pandemia, serviços ainda mostram um distanciamento longo para voltar aos níveis de fevereiro”, destacou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Segundo ele, para o setor de serviços recuperar o patamar de fevereiro, seria necessário registrar um crescimento de 17%. “Lá atrás o setor levou três anos para crescer 14,5%”, alertou. “Não consigo imaginar serviços recuperando na mesma velocidade do comércio. Vai ser necessário prazo mais longo”, completou.

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de avanço de 4,4% no mês e de queda de 14,2% no ano.

Vale destacar que os efeitos da pandemia sobre a atividade de serviços começaram a ser sentidos nos últimos dez dias de março, acumulando retração de 18,6% entre março e maio. O recuo de 1,0% visto em fevereiro é considerado conjuntural pelo IBGE, refletindo uma acomodação frente ao fim de 2019.

Transportes – Em junho, todas as cinco atividades pesquisadas apresentaram ganhos. Os destaques foram os avanços de 6,9% em transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio e de 3,3% de serviços de informação e comunicação. “Entre os segmentos do setor (de transportes) que tiveram crescimento esse mês estão transporte rodoviário de carga, transporte aéreo de passageiros e operação de aeroportos. Com isso, o setor de transporte teve o aumento mais intenso desde junho de 2018”, disse.

Já o volume de serviços profissionais, administrativos e complementares aumentou 2,7%, o dos serviços prestados às famílias subiu 14,2% e de outros serviços teve alta de 6,4%. De acordo Lobo, um dos principais segmentos que contribuíram para o resultado de junho foi o de restaurantes. Mas o mais distante do nível pré-pandemia é o de serviços prestados às famílias, que precisariam registrar um aumento de 105,2% para isso.

“Com a flexibilização, ou seja, com o aumento do fluxo de pessoas nas cidades brasileiras, (os restaurantes) começaram a abrir e a receita do segmento voltou a crescer, impactando o volume de serviços de junho”, explicou Lobo.

O índice de atividades turísticas apresentou crescimento de 19,8% em junho rente ao mês imediatamente anterior, segunda taxa positiva seguida. Nesses dois meses o ganho acumulado foi de 28,1%, mas isso depois de despencar 68,1% entre março e abril devido às medidas de contenção ao Covid-19.

Segundo a pesquisadora sênior da área de economia aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Silvia Matos, o desempenho do setor de serviços e do emprego é o que vai determinar uma recuperação efetiva da economia brasileira no pós-pandemia. O governo estima que o Produto Interno Bruto (PIB) vai contrair 4,7% este ano, no que seria o pior resultado da série histórica iniciada em 1900. (Reuters)

Fonte: Diário do comércio

Imagem: Business photo created by freepik – www.freepik.com

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