No ambiente corporativo, um dos grandes desafios encontrados é justamente este: qual é o momento adequado para abrir a boca, seja para fazer um questionamento ou expor uma nova ideia? E quando isso envolve o líder?
Muitas vezes, identificar esse momento ideal não é algo fácil. Para demonstrar interesse e agir de forma participativa, muitas pessoas acabam falando demais, muitas vezes sem antes elaborar sua ideia de forma estruturada. E, outros, por outro lado, ficam com medo de falar.
No entanto, há também aqueles que usam o silêncio a seu favor, o que os ajuda a alcançar seus objetivos. De acordo com uma pesquisa recente feita pela Organization Behavior and Human Decision Process, esses funcionários praticam o que se chama de “silêncio estratégico”.
Segundo o estudo, o silêncio estratégico pode ser uma ferramenta poderosa no momento de uma negociação, em uma entrevista ou em uma apresentação importante. Os líderes que aderem a esse tipo de postura controlam a exposição de suas ideias e pontos de vista até que chegue o momento certo de trazê-las à tona, recebem maior reconhecimento e recompensa como resultado.
De acordo com Cadu Altona, sócio-fundador da consultoria EXEC, o silêncio estratégico se torna cada vez mais essencial à medida que o executivo começa a galgar posições mais altas. “O peso da palavra de um líder é maior, o que faz com que ele tenha que desenvolver a competência de saber ponderar suas ideias, questionamentos e críticas e colocá-los de forma assertiva. Mas, para isso, ele precisa escutar mais”, explica.
Altona destaca ainda que a velocidade de evolução do mundo demanda que os líderes tomem decisões cada vez mais rapidamente: “O líder que observa, pondera e avalia tem a capacidade de ter um posicionamento mais impactante. Mostrará sua senioridade e será mais cirúrgico em suas colocações. O silêncio estratégico é uma competência que um bom líder precisa ter”.
Controle emocional
Para Altona, o controle emocional é um dos itens mais importantes que ajudam um líder a desenvolver o silêncio estratégico. “Normalmente um líder tem uma capacidade de raciocínio elevada, mas o equilíbrio emocional ajuda-o a ouvir mais e se posicionar no momento certo”, diz.
“Por meio da empatia, a liderança consegue ouvir o outro, deixa-o esgotar todas as possibilidades de fala e depois processa essas informações para retornar com uma reação, seja um questionamento, um direcionamento, um elogio ou mesmo uma crítica. Isso demanda muito autoconhecimento”, enfatiza.
Já para o colaborador, a pesquisa destacou que 89% dos profissionais que optaram por adiar a exposição de sua ideia ou questionamento tiveram como base de escolha três aspectos: a relevância, prontidão e estado de espírito do líder. Assim, quando chegou a hora de falar, se depararam com uma reação positiva da liderança.
Fonte: Administradores