A área, que se firmou como parceira do negócio, precisa mais do que nunca estar no DNA da organização e dos seus colaboradores
Hoje, você consegue fazer tudo por meio da tecnologia: compras, transações financeiras, diversão, relacionamento, comunicação, trabalho, entre tantas outras coisas… Com a pandemia, o ambiente digital ficou ainda mais democrático, atraindo inclusive pessoas que não estavam acostumadas a usá-lo. Durante a recomendação mais severa de distanciamento social, muitos, pela primeira vez na vida, passaram a fazer compras por meio de aplicativos e a se comunicar com familiares e colegas por chamadas de vídeo.
Por conta de todo esse movimento, não é de se surpreender que a área de tecnologia, que há tempos vinha aquecida pelos reflexos da Transformação Digital, ganhou ainda mais destaque no mercado em tempos de Covid-19. Foi dos profissionais dessa área a missão de repensar, adaptar e colocar em prática os modelos de negócio, para que a continuidade da operação se tornasse possível e viável, inclusive à distância.
Minha percepção é que a área de tecnologia finalmente se firmou como parceira do negócio, pelo menos entre as empresas mais maduras que têm trabalhado duro para se manter competitivas. Durante o mapeamento para a produção do Guia Salarial 2021 da Robert Half, constatamos a valorização de cinco posições.
Especialista em Segurança da Informação – Guardião de dados e sistemas corporativos, esse profissional tem sido altamente demandado no período da pandemia desde que um grande número de colaboradores migrou para o trabalho remoto. As empresas precisam garantir o acesso aos dados a qualquer hora e de qualquer lugar sem riscos de ataque.
Especialista de Business Intelligence – É dele a função de transformar dados desconexos de mercado em informações lógicas e estratégicas, com a ajuda de soluções de tecnologia, dando suporte para que os gestores do negócio tomem as melhores decisões.
Especialista em Infraestrutura – É o responsável por todos os componentes do sistema de informação de uma empresa. Nesse período de trabalho remoto, aqueles com conhecimento em cloud computing têm sido muito valorizados, seja para migrar a organização para a nuvem ou garantir que cada colaborador tenha perfeito acesso aos dados da empresa, independentemente de sua localização geográfica.
Cientista/Engenheiro de Dados – Assim como o mundo, o perfil do consumidor também mudou durante a pandemia. As empresas precisam acompanhar esse movimento, e é também em momentos como esse que entra em cena o cientista de dados. A ele cabe analisar dados do comportamento dos clientes, transformando essas informações em estratégias relacionadas ao desenvolvimento de produtos e serviços.
Desenvolvedor/Engenheiro de Softwares – É o responsável pela programação de um programa, aplicativo ou plataforma. Esse profissional tem sido muito demandado em empresas que precisaram implementar, ajustar ou atualizar seus serviços no ambiente digital para que os clientes pudessem continuar consumindo produtos ou serviços sem sair de casa.
Com relação ao perfil desses profissionais, os empregadores querem mais do que certificações e experiência. Naturalmente, são muito bem-vindos os conhecimentos em Metodologia Ágil, Cloud, DevOps, Dados e Cibersegurança. Porém, espera-se, também, que o profissional tenha visão de negócio, ideias inovadoras e agilidade na percepção e resolução dos desafios, além de alta capacidade de se comunicar e se relacionar para transitar com facilidade entre as diferentes áreas de negócio, em contato com profissionais de todos os níveis hierárquicos.
Àqueles que estão na área ou desejam ingressar nela, minha recomendação é que mantenham os conhecimentos em dia por meio de cursos formais e do estudo por conta própria. Isso porque nesse mercado em constante atualização existem mais vagas em aberto do que pessoas qualificadas para preenchê-las, e isso deve continuar em 2021. As maiores demandas concentram-se no mercado financeiro, setor de seguros e naquelas áreas em que a tecnologia é o core do negócio. Mas também existem excelentes oportunidade em educação à distância, em telecom, no varejo e no e-commerce.
A tecnologia tem sido tão vital para o negócio, que o conhecimento dela tem sido um diferencial buscado pelos empregadores durante os processos de recrutamento e seleção de todas as áreas. Aqui, não falo de profissionais com noções técnicas. Mas daqueles que se mantém antenados sobre métodos, processos e ferramentas que podem otimizar os processos repetitivos, sensíveis ou burocráticos, sinalizam para os gestores essa tendência e, paralelamente, buscam formas para serem ainda mais estratégicos para a organização e não serem substituídos por robôs. Como você pode ver, é um processo que precisa estar no DNA tanto da organização quanto de quem trabalha nela.
Fonte: Exame