Os balanços de vendas do primeiro trimestre de 2018 e também do mês de março trouxeram resultados positivos para o comércio de Belo Horizonte. Em todas as bases comparativas foram registrados incrementos nos negócios. De janeiro a março de 2018 em relação a igual período de 2017, o avanço foi de 2,93%. No comparativo trimestral, é a primeira vez em três anos que houve avanço. Já na relação março 2018/março 2017, o incremento foi de 3,88%. Os dados foram divulgados ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH).
Economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos ressalta que os lojistas ainda não recuperaram as perdas consecutivas ocorridas nos anos de crise, mas os números indicam que os empresários podem ficar mais otimistas. “Mas é necessário continuar de olho nos custos e trabalhar para uma gestão da empresa cada vez melhor”, alerta. A perspectiva para o ano é de crescimento nas vendas, mas o percentual ainda não foi definido.
Os resultados positivos são atribuídos à melhora do ambiente econômico com inflação controlada, juros em queda e aumento do rendimento real. Com isso, o trabalhador tem parte da renda disponível para o consumo. Ana Paula Bastos também ressalta que, apesar de positivo, o aumento das vendas no primeiro trimestre deste ano ocorre sobre uma base fraca. Na comparação do primeiro trimestre 2017/primeiro trimestre 2016 houve queda de 1,29%. Em 2016, nessa mesma relação, a redução foi de 1,05%. Em 2015, o decréscimo foi de 1,67%. No comparativo de março com fevereiro, as vendas cresceram 1,02%.
Segundo Ana Paula Bastos, o aumento ocorreu porque março tem mais dias que o mês anterior. Além disso, é um período com muitas promoções de lojistas para desova de estoque. A economista ressalta ainda que em março foi registrada no País inflação de 0,09%, a menor desde o Plano Real. “Isso impacta positivamente no custo de vida. Há mais renda disponível para o consumo e, com isso, as pessoas puderam aproveitar as promoções”, resume. O levantamento sobre o desempenho das vendas nos últimos 12 meses também foi positivo. No período, o avanço foi de 1,95%. Esse crescimento foi registrado após três quedas: em 2015, o recuo foi de 0,42%; em 2016 foi de 0,65%; e, em 2017, de 1,38%. Setores – No acumulado do ano, todos os setores apresentaram resultados positivos.
Os melhores desempenhos foram do setor de artigos diversos (que incluem acessórios em couro, brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, material fotográfico, computadores e periféricos e artefatos de borracha), com alta de 4,29%; e de supermercados, que aumentaram 3,72%. Em seguida vêm veículos e peças (2,82%); material elétrico e construção (2,77%); móveis e eletrodomésticos (2,54%); drogarias e cosméticos (2,26%); vestuário e calçados (1,64%) e papelaria e livrarias (1,44%).
Já na comparação mensal (março 2018/fevereiro 2018), o segmento de veículos e peças apresentou o melhor resultado, com alta de 3,85%. De acordo com a CDL-BH, o avanço é atribuído às promoções e incentivos oferecidos pelas concessionárias, além da redução da inflação.
Os demais setores que mostraram desempenho positivo foram vestuário e calçados (3,63%); supermercados (2,16%); drogarias e cosméticos (2,13%); material elétrico e construção (2,12%), artigos diversos (1,83%) e móveis e eletrodomésticos (0,05%). O setor de papelaria e livrarias registrou queda de 2,65%.
Fonte: Diário do Comércio