O vício de linguagem é muito comum na comunicação humana, caracterizado pelo uso repetitivo de certas palavras, expressões ou padrões linguísticos. Esses vícios podem prejudicar a clareza e a eficácia da comunicação, tornando-a menos compreensível e, em alguns casos, até mesmo irritante para os ouvintes ou leitores. No entanto, com consciência e esforço, é possível evitá-los e melhorar a qualidade da sua comunicação.
Todo mundo conhece alguém que coloca milhares de “tipo”, “né?” e “cara” no meio de cada frase. E se você também se incomoda com essa mania, já está a meio caminho de entender como um vício de linguagem é uma barreira na comunicação de qualquer pessoa.
A especialista em comunicação e fonoaudióloga Mirna Abou Rafée cita alguns exemplos comuns de vícios de linguagem:
São expressões ou ideias desgastadas pelo uso excessivo, que perdem sua originalidade, impacto e podem tornar a comunicação previsível e sem graça. Exemplos incluem “mais vale tarde do que nunca”, “bater na mesma tecla”, “a última bolacha do pacote” ou “a última gota d’água”.
Ocorrem quando palavras ou frases são repetidas sem necessidade, enfraquecendo o texto. Por exemplo, “subir para cima” ou “repetir novamente”.
É o uso excessivo do gerúndio, forma verbal terminada em -ndo, em situações em que seria mais adequado usar o infinitivo. Exemplo: “Vamos estar analisando o relatório” em vez de “Vamos analisar o relatório”.
Ocorre quando se utiliza uma palavra ou expressão desnecessária para transmitir uma ideia que já está implícita. Exemplo: “sair para fora” ou “entrar para dentro”.
O uso excessivo de termos e expressões da moda ou gírias pode prejudicar a clareza e a compreensão da mensagem, especialmente em contextos formais.
Ocorre quando o texto é excessivamente longo, com muitas palavras e informações desnecessárias, dificultando a compreensão e tornando a leitura cansativa.
É o oposto da prolixidade, em que a mensagem é transmitida de forma muito sucinta, deixando de fornecer detalhes importantes ou explicação adequada.
Ocorre quando uma expressão ou frase pode ter mais de um significado, levando a interpretações diferentes. Isso pode ser causado por falta de clareza na escolha das palavras ou na estrutura da frase.
O uso excessivo de termos técnicos ou jargões pode dificultar a compreensão do texto para aqueles que não estão familiarizados com o vocabulário específico. É importante adaptar a linguagem ao público-alvo e evitar o uso desnecessário de termos complexos.
Incluir palavras como “tipo”, “então”, “bom”, ou “né” em excesso, sem uma função específica na frase, pode tornar o discurso cansativo.
Para evitar o vício de linguagem e aprimorar sua comunicação, Mirna Abou Rafée cita algumas dicas úteis:
O primeiro passo é reconhecer quais são os vícios de linguagem que você tende a utilizar com mais frequência. Pode ser o uso excessivo de certas palavras, expressões vazias ou repetições desnecessárias. Fique atento aos seus padrões de fala e escrita.
Durante uma apresentação, também é importante fazer pausas para pensar antes de falar. Assim, você evita usar palavras de enchimento, garantindo mais fluidez e clareza à sua comunicação.
Muitos vícios de linguagem estão relacionados à falta de concisão e à redundância. Procure expressar suas ideias de forma clara e objetiva, evitando o uso de palavras ou expressões desnecessárias. Faça uma revisão cuidadosa do seu texto ou discurso para eliminar qualquer repetição ou informação irrelevante.
Ao conversar com outras pessoas, preste atenção aos vícios de linguagem que elas utilizam. Isso ajudará você a reconhecer esses padrões e a evitar adotá-los em sua própria comunicação. Além disso, ouvir atentamente os outros também é uma forma de demonstrar respeito e empatia na comunicação.
Sempre que estiver se comunicando, seja oralmente ou por escrito, esteja consciente das palavras e expressões que você está utilizando. Pense antes de falar ou escrever, buscando expressar-se de forma mais clara, original e precisa. Evite recorrer a clichês ou expressões vazias que não agregam valor à sua mensagem.
Peça a amigos, colegas ou profissionais de confiança que avaliem sua comunicação e apontem possíveis vícios de linguagem que você possa ter. O feedback construtivo pode ajudá-lo a identificar áreas de melhoria e aperfeiçoar sua comunicação.
Dedicar tempo e esforço para identificar e superar vícios de linguagem pode melhorar significativamente sua capacidade de se expressar com clareza e impacto.
Mirna Abou Rafée conclui lembrando, que a prática constante e a conscientização são fundamentais para superar os vícios de linguagem. Com o tempo, você poderá desenvolver uma comunicação mais clara, impactante e livre dessas barreiras.
Fonte: Administradores