Workaholic é um termo inglês que significa alguém viciado em trabalho. Uma pessoa compulsiva e que precisa trabalhar. Não no sentido de suprir as necessidades financeiras, mas por uma dependência emocional e existencial.
De acordo com Bryan Robinson, psicoterapeuta e escritor, o vício em trabalho não se trata apenas de quantas horas passamos trabalhando, mas sim do sentimento que temos em relação a ele.
Não é de hoje que trabalhar muito, ser ocupado e ganhar um bom salário é considerado ser bem-sucedido. E, para muito, ser chamado de workaholic é um elogio.
Trabalhar é bom. É necessário. Ter ambições também. O problema começa quando a nossa vida gira em torno disto.
Um workaholic coloca sua vida profissional em primeiro lugar. Desta forma, acaba deixando em segundo plano a família, amigos, lazer e a própria saúde (física e psicológica). Para ele, o trabalho é o mais importante, depois vêm as outras coisas.
Workaholics são menos produtivos
Por mais controverso que possa parecer, essa foi a conclusão de uma análise realizada na Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, e divulgada pela BBC.
Segundo ela, diversos estudos acadêmicos existentes neste campo demonstram que os workaholics são menos produtivos do que as pessoas que possuem comportamentos mais saudáveis em relação ao trabalho.
Este rendimento inferior pode estar diretamente relacionado com o alto índice de relatos de estresse, insatisfação profissional e de fadiga destes trabalhadores, afirma uma das acadêmicas envolvidas no estudo.
Porém, pior do que a baixa produtividade são as doenças que estão associadas com o vício de trabalhar.
A relação entre os distúrbios psiquiátricos e o vício em trabalho
De acordo com estudo realizado na Universidade de Bergen, na Noruega, com mais de 16 mil trabalhadores, os pesquisadores descobriram que as pessoas viciadas em trabalho são mais propensas a terem distúrbios psiquiátricos.
Segundo a pesquisa, 30% dos diagnosticados com vício em trabalho tinham déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), enquanto apenas 12% dos que não eram workaholics apresentavam essa doença.
Essa diferença também foi identificada em doenças como ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). 33% dos workaholics participantes tinham ansiedade, contra 11% dos não diagnosticados com vício em trabalho. E, respectivamente, 25% contra 8,7% apresentavam o transtorno obsessivo-compulsivo.
Apesar da clara relação entre o vício em trabalho e os distúrbios psiquiátricos, os cientistas não conseguiram identificar qual é responsável por desencadear o outro. Porém, foi possível perceber que a mistura dos dois intensifica ambos os problemas.
Sou workaholic, e agora?
Para aquelas pessoas que se identificam com o perfil de viciados em trabalhar, e querem deixar essa compulsão de lado, é recomendado que seja estipulada uma quantidade determinada de horas de trabalho por dia. Essa prática evita o risco de passar longos períodos de tempo trabalhando, sem hora para parar.
Além disso, também é indicado que a pessoa se concentre na realização de apenas uma atividade de cada vez e, que se algo inesperado acontecer, seja feita a reavaliação das prioridades em vez de simplesmente encaixar tudo na agenda.
Outra alternativa é buscar a ajuda de terapeutas e profissionais especializados, que sejam credenciados para atuar nesta área.
Precisamos parar de romantizar o trabalho e menosprezas os problemas e doenças associadas com o seu excesso, antes que seja tarde demais para a saúde da sociedade.
Fonte: Administradores
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