A sociedade está em constante mudança e, consequentemente, o mercado de trabalho também. Se antes o que motivava o profissional era o valor da remuneração, trabalhar em uma empresa sólida e com estabilidade, hoje há outras razões que fazem com que o jovem procure uma oportunidade, se candidate para uma vaga ou empreenda.
De acordo com a Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, 17% da população brasileira é constituída por jovens de 14 a 24 anos, sendo que 86% dos que trabalham têm ocupações pouco desafiadoras e 2,2 milhões desempenham funções que envolvem atividades técnicas, relacionadas à cultura, informática ou comunicações.
O levantamento Sonho dos jovens para o futuro profissional, realizado pela Empresa Júnior da Universidade de Vila Velha (UVV), revela que as prioridades profissionais se atualizaram: 50,9% dos jovens que têm entre 15 e 30 anos são atraídos por profissões mais modernas e que ainda têm pouco tempo de mercado, seguidos por aqueles que buscam profissões tradicionais (24,2%) e os que desejam ter o próprio negócio (24,9%).
A pesquisa também aponta que, para o futuro profissional, 41% dos jovens desejam ter uma carreira sólida; 23,5%, trabalhar em uma grande empresa; 20,5%, ter uma vida tranquila e feliz; e apenas 10,6% desejam ganhar muito dinheiro.
Ao iniciar sua jornada profissional em uma empresa, o jovem tem a oportunidade de desenvolver suas próprias habilidades, colocar o que estudou em um curso ou universidade em prática, aprender e aprimorar outras técnicas e ainda vivenciar experiências em diferentes áreas, a fim de conhecer e compreender aquela que mais lhe satisfaz. Muito além do salário oferecido, a nova geração de profissionais tem outras prioridades e motivos para se engajar para um trabalho, entre eles, saber que está fazendo a diferença no mundo.
Muitas vezes, o jovem que está no começo da jornada profissional não tem todo o conhecimento técnico necessário para o desempenho da função, entretanto, isso não é uma preocupação entre as empresas. Segundo estudo elaborado pelo Instituto Reciclar em parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), empresas de 17 setores diferentes (entre eles financeiro, alimentício, construção, bens de consumo, indústria e jurídico) acreditam que o mais relevante para a contratação de um jovem profissional é que ele tenha desenvolvido, de maneira sólida, suas competências socioemocionais, já que elas favorecem a inserção no mercado de trabalho e a aprendizagem de habilidades técnicas e cognitivas que podem ser adquiridas.
A mesma pesquisa indica que as empresas já esperam ter que complementar a técnica dos profissionais, principalmente porque grande parte do desempenho só é possível ao longo da prática – ou seja, elas estão dispostas a ensinar.
1) Propósito
O jovem quer ter a certeza de que o trabalho que desempenha tem significado, está construindo algo que vai impulsionar a raça humana ou contribuindo com uma causa. Dados do levantamento global elaborado pela Accenture confirmam que 88% dos jovens brasileiros entre 15 e 39 anos gostariam de fazer parte do quadro de funcionários de uma companhia focada em ações ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG). 60% deles têm como objetivo obter oportunidades em empresas com esse direcionamento nos próximos dez anos.
Dessa maneira, para sentir que está fazendo do mundo um lugar melhor, o jovem pode acabar se importando menos com a remuneração e mais com o significado que aquele trabalho tem.
2) Desenvolvimento pessoal
Muitos jovens querem trabalhar e crescer na profissão para conseguirem se desenvolver pessoalmente. Informações do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) mostram que 26,13% dos jovens entre 15 e 27 anos querem a certeza de ter escolhido o caminho certo na carreira. Iniciar a jornada profissional em uma empresa é uma chance de aprender e poder navegar pelas inúmeras áreas, tendo a oportunidade de descobrir aptidões, talentos e preferências, além de uma forma de aprimorar hard e soft skills.
3) Vida de luxo
Com a disseminação das redes sociais, existe entre os jovens muita influência de personalidades que, apesar de muito novas, conseguiram sucesso. Ver pessoas jovens já livres financeiramente, viajando o mundo, com itens bacanas e tendo o que parece ser a vida dos sonhos pode motivar algumas pessoas na busca pela ascensão profissional.
Trabalhando em startups, com a promessa clara de que existe risco ao mesmo tempo que retorno do negócio, pode fazer o jovem se tornar sócio rapidamente, vire diretor ou ainda passe a receber uma remuneração alta e comece a viver com uma qualidade de vida superior à que usufruía antes, com luxo e sucesso. E como o dinheiro resolve a maioria dos problemas, essa pode ser uma motivação.
4) Apoio a quem se ama
A partir do momento em que o jovem tem contato com grandes quantias de dinheiro, através do seu trabalho, ele começa a querer oferecer para as pessoas que ama, como os pais, uma qualidade de vida melhor e que eles não tiveram. É comum que, entre os motivos que engajem os jovens no mercado de trabalho, esteja presentear alguém com uma casa, apartamento, carro, viagem e, depois de cuidar do que é seu, zelar pelas pessoas por que tem apreço.
5) Reconhecimento
Ter o reconhecimento do próprio trabalho, depois de abdicações e sacrifícios, é um dos fatores que levam o jovem a se engajar na carreira profissional. Mesmo entre aqueles que empreendem, ter seus feitos exaltados pelos familiares, amigos, colegas de profissão e concorrentes é uma forma de tirar o peso da incerteza que é abrir o próprio negócio.
Fonte: Administradores