Quando falamos sobre networking, não basta apenas a troca de contatos, acumular pilhas de cartões ou o envio de mensagens esporádicas em grupos de WhatsApp. Com as oportunidades que foram surgindo com as redes sociais, principalmente o LinkedIn, podemos dizer que networking também não se refere apenas ao compartilhamento de conteúdo na web.

O networking tem seu valor estratégico, que passa pela conquista e validação, mas como ir além de um simples contato adicionado ou um perfil conectado? Esquecer um pouco o lado estratégico e lembrar-se de que networking é, sobretudo, o vínculo entre pessoas com inclinações semelhantes pode ser o início para a criação de conexões genuínas, que extrapolam o “business”. E são essas conexões genuínas que impulsionam a inovação e, consequentemente, o sucesso corporativo.

O poder de ser quem somos

Qual a sua capacidade de se interligar com outras pessoas e fazer trocas baseadas em seus valores e princípios? Isso é muito diferente de aceitar uma solicitação de conexão nas redes sociais.

No ambiente corporativo, ainda que com suas verticalidades e hierarquias, fazer conexões genuínas significa apresentar nossas intenções, valores e atitudes. É mostrar mais de mim mesmo e conhecer o íntimo do outro — mesmo não tratando de assuntos pessoais.

Essas conexões são, portanto, uma oportunidade para mostrarmos quem somos e nos conectarmos com quem as outras pessoas realmente são. Com elas, podemos dizer “não sei” e sugerir novas ideias, mesmo que ruins.

Criar laços fortes com nossa rede de conexões permite que sejamos vulneráveis e isso requer confiança mútua. Conexões genuínas, mais do que esperar algo em troca, é estimular nossas conexões a enfrentar os riscos e abraçar as adversidades nos negócios, principalmente em tempos de transformações e inovações constantes.

Alianças e parcerias genuínas para inovação

Os ecossistemas de inovação estão em constante transformação e, ainda que com a competitividade de mercado, muitos operam sob o princípio da generosidade, no qual todos ganham. Não é incomum vermos corporações de um mesmo segmento realizar parcerias e fechar “deals” em conjunto, justamente porque ambas têm as mesmas dores e necessidades e as conexões entre elas foram capazes de enxergar a vulnerabilidade de cada negócio e como poderiam superar os desafios juntas.

As conexões genuínas são capazes de conectar corporações e instituições que buscam ideias de inovação semelhantes ou que estejam dispostas a promover soluções e ganhar espaço no mercado. Contudo, considerando a natureza humana, conexões genuínas não são construídas apenas no ambiente digital, mesmo que estejamos habituados a esse tipo de interação.

Com certeza, uma presença digital robusta e com o propósito de estabelecer um relacionamento amistosamente mútuo pode ser o alicerce para conexões que vão além de negócios e projetos momentâneos. Mas é no “cara a cara” que as melhores conexões acontecerão e as melhores oportunidades de negócio surgirão.

Os encontros online têm sua aplicabilidade na construção de boas conexões, mas a conversa presencial vai selar essa parceria, ainda que nenhum acordo tenha sido proposto. Após três anos sendo sugados por reuniões online, estar presente em eventos e jantares é uma das melhores escolhas para conexões fortes e duradouras.

O Corporate Venture Summit, por exemplo, é um encontro dos maiores líderes de empresas do Brasil. A reunião tem como foco discutir as principais tendências em inovação corporativa do mundo e apresentar aos C-Levels, por meio do compartilhamento de conhecimento e de conexão com outros executivos, as diferentes oportunidades de inovação para o momento de cada corporação e como boas parcerias podem gerar resultados exponenciais. Aqui estão três dicas para ajudá-lo a gerar conexões significativas em eventos dessa natureza:

1. Abordagem Autêntica e Interesse Genuíno:

Ao iniciar uma conversa, foque em ser autêntico e demonstrar um interesse genuíno pelas pessoas. Evite discursos pré-fabricados e abordagens excessivamente formais. Em vez disso, inicie a conversa fazendo perguntas abertas sobre o trabalho da pessoa, seus interesses e realizações. Mostre interesse real nas respostas, ouvindo atentamente e respondendo de maneira significativa. Essa abordagem cria uma atmosfera mais descontraída e propícia para o desenvolvimento de relações autênticas.

2. Compartilhe Experiências e Conhecimento:

Networking não é apenas sobre receber, mas também sobre dar. Compartilhe suas próprias experiências, desafios superados e aprendizados ao longo do caminho. Ao contribuir com insights valiosos e conhecimento, você se torna uma fonte de valor para os outros participantes do evento. Isso não apenas fortalece sua posição como membro ativo da comunidade profissional, mas também cria uma base sólida para futuras interações. Lembre-se de que o networking é uma via de mão dupla, onde a troca mútua de informações beneficia ambas as partes.

3. Siga o Princípio da Consistência:

Construir relacionamentos sólidos requer consistência ao longo do tempo. Após o evento, mantenha contato com as pessoas que conheceu. Isso pode ser feito através de e-mails, conexões em redes sociais ou até mesmo um café casual para discutir oportunidades de colaboração. Demonstrar consistência e interesse contínuo ajuda a consolidar as conexões feitas durante o evento, transformando-as em relacionamentos duradouros. Além disso, ao participar de eventos subsequentes, reconectar-se com pessoas que você conheceu anteriormente reforça essas relações e fortalece ainda mais sua rede profissional.

Lembre-se, o networking eficaz vai além da simples troca de cartões de visita; trata-se de criar conexões genuínas é conhecer o cliente dos seus clientes e entender como você e sua organização podem ajudá-los a superar desafios. É estar presente em um ecossistema no qual o ego é deixado de lado e buscar maneiras de inovar ao lado da concorrência. É estar disposto a conversas difíceis, mas aberto às tendências do futuro dos negócios.

Fonte: Administradores