Google prepara recurso para executar aplicativos de Android e Linux nativamente no Fuchsia sem depender de máquina virtual.
O desenvolvimento do Fuchsia segue a todo vapor. Na semana passada, o Google fez uma alteração no código do Android para remover um elemento que facilita a execução de apps para o sistema para celulares no novo software da companhia. A mudança revelada pelo 9to5Google está ligada a um avanço no projeto Starnix.
A atualização parte de um commit no Android Open Source Project (AOSP). A exclusão é destinada a uma ferramenta conhecida como “device/google/fuchsia”, cujo desenvolvimento foi iniciado em 2019 e encerrado em 2021 sem muitas explicações. Agora, o Google apagou as referências no código do sistema operacional.
O Google alterou o arquivo com informações sobre a ferramenta. Antes, o “README” afirmava que o código tinha como objetivo construir um Android Runtime (ART) para o Fuchsia. “Eles diferem dos dispositivos Android comuns, pois não visam hardware específico”, afirmavam. “Eles irão produzir um pacote Fuchsia (arquivo .far)”.
No lugar, todas essas informações foram substituídas por uma única linha: “TODO” – ou seja, a fazer. A submissão da remoção dos arquivos com a orientação para limpar o “device/google/fuchsia” também indica que “tudo aqui não é mais necessário”. Em relação a estas alterações, o 9to5Google observa que a empresa pode estar preparando alguma novidade.
Todavia, isto não significa que o Android e o Fuchsia andarão em caminhos diferentes.
Google quer apps de Android rodando no Fuchsia
A remoção está ligada ao projeto Starnix. Caso não esteja a par, a iniciativa visa preparar o novo sistema operacional para rodar apps e bibliotecas para Android e Linux. Assim, não será preciso utilizar uma máquina virtual para emular os softwares, o que prejudicaria o desempenho dos dispositivos ao executar esses aplicativos.
Esta conexão entre o Fuchsia e os demais sistemas seria um benefício para uma eventual migração. Por exemplo, caso o Google decida substituir o Android pelo novo software, a empresa teria menos dificuldade para preparar o ambiente. Afinal, os aplicativos funcionariam normalmente e de maneira nativa.
E toda essa alteração aconteceu justamente durante um avanço do projeto. Segundo o 9to5Google, o Fuchsia Gerrit recebeu um commit identificado como “adicionar o shell Starnix ao workstation”. E explica:
“Este CL adiciona o comando starsh ao terminal no workstation”, diz a mensagem do commit. “A execução desse comando executa um shell em uma pequena distribuição do Android incluída no sistema”.
E todas essas inclusões estão pautadas na linha do tempo dos desenvolvedores. Afinal, a companhia pretende “iniciar e executar o app Relógio” em junho, conforme aponta uma submissão que menciona o Starnix no título. Ou seja, trata-se possivelmente de um aplicativo para Android que será executado no Fuchsia, como é o caso do Relógio do Google.
Mas o que é esse tal de Fuchsia?!
O Fuchsia é uma aposta do Google que circula desde 2016, quando surgiram os primeiros relatos sobre o seu desenvolvimento. De lá para cá, outros detalhes foram antecipados, como as primeiras imagens reveladas em 2017. Mas a empresa só lançou o software em 2021.
Atualmente, o sistema está disponível apenas no Google Nest Hub. Em junho, os usuários começaram a receber uma atualização que com o novo software. Todavia, não houve nenhuma alteração na interface e em outros recursos da tela inteligente.
O futuro do sistema também é incerto. Algumas pessoas apostam que o Fuchsia irá substituir o Android no futuro. O Google, por outro lado, ainda não deu nenhum sinal de que irá fazer mudança. Muito menos as fabricantes.
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Com informações: 9to5Google e PhoneArena
Fonte: Tecnoblog