Fabricante recomenda que consumidores confiem no indicador luminoso ou usem coberturas com no máximo 0,1 mm
A Apple publicou um documento recomendando que usuários de MacBooks não fechem o notebook enquanto a webcam estiver coberta por algum objeto. Segundo a empresa, os computadores da marca são desenvolvidos com “tolerâncias restritas” e a tela pode ser danificada se a cobertura tiver mais de 0,1 mm de espessura (uma folha de papel).
O problema já foi relatado em redes sociais e o reparo de uma tela danificada pode custar bem caro. Um usuário do Reddit afirma que a Apple cobrou cerca de 2 mil dólares canadenses (R$ 7,8 mil) para reparar o MacBook Pro 16″, um modelo cuja configuração mais básica é vendida por R$ 24 mil no Brasil.
Além de danificar a tela, tampar a webcam também pode impedir que os sensores de iluminação e TrueTone ajustem as cores e o brilho da tela corretamente.
A Apple recomenda que os usuários confiem na luz indicadora de uso da webcam e configurem as permissões da câmera nas configurações de sistema do macOS. De acordo com a empresa, não é possível que a câmera seja ligada sem que a luz indicativa fique acesa.
A prática de tampar a webcam com fitas ou outros materiais se popularizou em 2016 depois que Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, publicou uma foto em que seu MacBook aparecia com fitas sobre a webcam e o microfone embutido no computador.
Desde então, muitos fabricantes de notebooks têm incluído mecanismos para “cegar” a webcam com tampas deslizantes de metal ou plástico. Algumas marcas também decidiram incluir webcams externas, que não precisam estar permanentemente conectadas ao notebook.
A Apple não modificou o design das câmeras, mas adicionou um recurso para desligar o microfone com o fechamento da tampa. Os notebooks da Apple possuem um chip personalizado, chamado de “T2”, que é responsável por funções de segurança no notebook.
Embora os notebooks da Apple realmente usem o mesmo circuito elétrico para acender a luz indicadora e ligar a webcam – de modo a impedir o uso da câmera sem acender a luz –, esse não é necessariamente o caso com todos os notebooks. Além disso, se o computador for invadido, a câmera pode teoricamente ser ligada quando o computador não está em uso – o que favorece a inclusão de barreiras físicas para a lente e o microfone.
Qualquer “modificação” na carcaça do notebook, porém, pode ser arriscada. Em 2019, a Apple publicou outra advertência a respeito de descansos de pulso e revestimentos de teclas. Os revestimentos servem para proteger os teclados do tipo “borboleta” instalados em MacBooks entre 2015 e 2019, que são considerados frágeis e levaram a Apple a lançar um programa de reparos.
Segundo o documento, “deixar qualquer material sobre o gabinete superior pode resultar em danos à tela quando fechá-la”. Ou seja, quem tenta proteger o teclado do notebook pode acabar danificando a tela – a não ser que a peça seja removida antes de fechar o notebook.
Em celulares, praticamente não existem modelos atuais que incluem tampas ou luzes indicadoras de uso. Em vez disso, o sistema operacional se encarrega de lembrar o usuário sobre aplicativos com permissão para acessar a câmera.
Fonte: G1
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