Companhias especializadas em implantação e gerenciamento de ecossistemas corporativos ganham mercado e auxiliam empresas a conectarem os colaboradores à distância.
O futuro do trabalho é híbrido. O modelo que equilibra os benefícios de se trabalhar em casa com a interação presencial em escritórios tornou-se o favorito em diversas empresas após as adaptações necessárias durante a pandemia. Segundo pesquisas recentes, companhias ao redor do mundo têm buscado se adequar ao formato e integrar colaboração, relacionamento e produtividade de qualquer lugar.
Dados de um estudo feito pela consultoria Great Place to Work (GPTW) com 2.008 pessoas, de empresas de diversos setores, mostram que 46,8% dos entrevistados trabalham em uma empresa que já adota o modelo híbrido, enquanto 37,1% ainda seguem totalmente em home-office, e o restante atua de forma presencial durante todo tempo
Os desafios impostos pela distância física e as adaptações necessárias, especialmente em áreas como da tecnologia da informação, alavancaram um mercado importante. Parceiros estratégicos de negócio vêm atuando para oferecer ferramentas que mantenham o engajamento dos colaboradores e realizem as transformações digitais de maneira humanizada.
Alline Antóquio, diretora executiva da Gentrop, advisor de tecnologia especialista em ecossistemas de colaboração, produtividade, relacionamento e inteligência, comentou os pontos mais sensíveis para as empresas que tiveram que migrar para o home-office durante a pandemia e como o modelo foi sendo ajustado.
“Observamos que, em geral, os principais desafios das empresas neste modelo são o de manter uma boa comunicação entre as equipes, dar acesso à tecnologia para todos os setores da empresa, garantir a segurança de dados, desenvolver um ambiente de trabalho digital saudável e dar voz a todos. Apesar dos desafios, conseguimos evoluir a anos-luz no que diz respeito à adoção tecnológica. Tínhamos a percepção de que as pessoas só trabalhavam no escritório e essa visão mudou”, disse Alline.
Diversos pontos necessários para o funcionamento do modelo híbrido foram acelerados com a chegada da pandemia. Com isso, a demanda por plataformas de computação na nuvem, sistemas de segurança de dados e colaboração em tempo real cresceram. A forma de implementação, com treinamento dos colaboradores e acompanhamento do processo é fundamental para atingir os objetivos, na visão de Alline.
“O olhar humano é algo que sempre temos que colocar como primeiro ponto dessa transformação. As soluções que vamos escolher devem trazer essa oportunidade de colaboração. Muitas vezes nos deparamos com empresas que têm uma série de soluções tecnológicas, uma série de benefícios, mas que o colaborador não sabe como utilizar, em qual momento utilizar e que no final não se conectam. Isso é um desafio, como fazer com que a experiência do usuário seja única, fluida e que consigamos explorar ao máximo os recursos”, destacou Alline.
A pesquisa “O Futuro do Trabalho no Brasil”, realizada pela IDC Brasil em parceria com o Google, também reforça o formato híbrido como principal tendência. Segundo os colaboradores de empresas que já definiram a forma de trabalho, 44% estão no modelo híbrido. Já entre as empresas que ainda não definiram a forma de trabalho pós-pandemia, 59% dos profissionais sugerem a alternância entre trabalho remoto e presencial.
“Um ponto muito importante, quando falamos da questão do híbrido, é a mudança de cultura. Existe um olhar importante que temos que reinventar na questão do uso do nosso tempo. Não é pelo fato de estarmos em casa que não temos outras atribuições, não é porque estamos em casa que estamos disponíveis 24 horas por dia. As empresas têm falado muito dessa relação, do cuidado com o horário e principalmente com a saúde mental, as ferramentas para acionar as pessoas. Essa reeducação do uso do tempo é fundamental. Quando tudo era presencial, as pessoas iam para suas casas no horário e tudo funcionava, agora precisamos nos reeducar quanto ao uso do tempo”, completou Alline.
Redução de custos
Além de se adequarem a espaços menores e compartilhados, muitas empresas têm economizado nas despesas com TI e outras tecnologias. Com a possibilidade de alugar os servidores e hardwares, custos com instalação, conservação ou estrutura para o funcionamento dos sistemas podem baixar, liberando também as equipes dessas áreas para pensar em novos projetos de inovação e não mais no dia a dia de manutenção dos sistemas. Ademais, contar com soluções de colaboração integradas como o Google Workspace, que possui plataforma de email, agenda, videoconferência, rede social, app para educação corporativa e muito mais, pode garantir investimentos mais inteligentes para empresas que hoje gastam com diversos sistemas terceiros para manter a produtividade.
Fonte: Jornal contabil