Segundo Amy Webb, uma das estrelas do SXSW 2022, a biotecnologia vai revolucionar a computação moderna.
Esqueça HDs, pendrives, SSDs e data centers gigantes. Em poucos anos, o usuário poderá guardar seus filmes, jogos e todo tipo de dado em chips que usam o DNA humano como principal recurso. E não vamos demorar para ver essa tecnologia em ação, afirma a futurista Amy Webb, que se apresentou no SXSW 2022, evento de inovação realizado em Austin.
A especialista, que há 15 anos publica um longo estudo sobre as inovações promissoras, falou que as biotechs, empresas que misturam biologia com tecnologia, vão agitar o mundo nos próximos anos. Esses negócios devem revolucionar a computação ao criar hardware e software biotecnológicos para diversos fins. “Isso será útil para a construção de remédios e o desenvolvimento de alimentos.”
A área que mais pode ganhar tração com as biotechs é a de computação, na qual já se realizam testes com “HDs” feitos com biotecnologia. Amy cita como exemplo a Microsoft, que testa em laboratório uma tecnologia que visa mudar a maneira como armazenamos dados.
A empresa americana quer resolver o problema do alto volume de dados produzido diariamente. Segundo o Instituto Gartner e a plataforma de gestão de dados Domo, o mundo produz cerca de 9,1 mil terabytes de dados a cada seis minutos. Se o ritmo for mantido em 2040, o mundo não terá mais silício para produzir os chips (dos HDs e SSDs) que armazenam os dados.
O estudo testa como armazenar um volume gigante de dados (na casa dos terabytes) na molécula que abriga nossa informação genética, o DNA. Em miúdos, a empresa quer usar as bases do DNA (Guanina, Citosina, Timina e Adenina) para fazer a função dos zeros e uns da computação clássica.
A Microsoft realiza a pesquisa da tecnologia com o Laboratório de Sistemas de Informação Molecular da Universidade de Washington. Em um anúncio recente, feito no final de 2021, a big tech anunciou que já havia construído um modelo do primeiro dispositivo biotecnológico capaz de armazenar dados em DNA em nanoescala.
Como ele funcionou bem, o desafio entrou na fase dois: trabalhar em dispositivos capazes de fazer a leitura dos dados em uma velocidade compatível com as necessidades do mundo real e, claro, produzir um hardware que possa ser usado por empresas e pessoas.
A tecnologia, diz Amy, parece pura ficção científica ainda e quase inalcançável, mas a futurista está certa de que a previsão vai se concretizar. “O motivo é simples: as empresas de tecnologia precisam de chips biológicos para não depender mais do silício e poder criar a quantidade de dados que quiser”, diz.
Fonte: Techtudo