Gestão à hospitalidade: diferencial competitivo que aumenta a produção e a motivação.
O trabalho vem se reorganizando desde a época em que o homem transformava a natureza para a sua sobrevivência. No entanto, essas transformações e mudanças de paradigma na sociedade e no mundo corporativo foram frutos de diversos fenômenos sociais, culturais, econômicos e que retratam avanços e rupturas nos modelos vigentes.
Dentre esses marcos, destacam-se a revolução industrial, a globalização, o avanço da tecnologia, a pandemia da Covid-19, entre outros. Todas as transformações, bem como o atual contexto, tornaram as organizações e os funcionários mais competitivos.
Busca-se, nesses profissionais, não mais a especialização, mas o conhecimento diversificado das atividades; exigem-se, além das competências técnicas necessárias, as competências socioemocionais como criatividade, flexibilidade, empatia, comunicação e trabalho em equipe.
Essas transformações geram as denominadas reestruturações produtivas do trabalho, que impactam na gestão. A cada ruptura, o homem e as relações humanas foram se tornando centrais no contexto do trabalho, pois, cada vez mais, a humanização da gestão se caracteriza como uma necessidade nas organizações e a hospitalidade se apresenta como um caminho para concretização desse modelo de gestão, no qual o líder também assume o papel de anfitrião, contribuindo para o clima organizacional e produtividade.
Pode-se afirmar que estamos vivendo mais um momento de ruptura, fruto da pandemia, que está promovendo ressignificação do trabalho e das relações interpessoais, por meio da mediação digital. Atualmente, uma organização pode ser constituída em um espaço que não comporte ou acolha toda sua estrutura física, esta pode estar distribuída em vários locais, onde seus funcionários encontram-se virtualmente.
As referências mudam e a gestão da hospitalidade virtual se destaca. É neste cenário interno que, mais uma vez, a hospitalidade contribui para acolhimento, adaptação, comunicação, motivação e concretização dos objetivos organizacionais.
No âmbito organizacional, esta mudança de paradigma não se limita ao contexto da gestão, mas abrange todos os profissionais a partir de uma mudança de dentro para fora, do topo às bases, com a hospitalidade presente em todas as esferas. Caso contrário, a mudança não será significativa, pois as mesmas contradições podem ser mantidas ou mesmo novas contradições serão criadas.
Fica evidente que essas mudanças se expandem para além dos limites da organização e acontecem em todos os segmentos da vida em sociedade. A experiência significativa e transformadora se traduz como uma busca constante, que traz à tona a importância das competências socioemocionais. É neste contexto que a hospitalidade e a formação na área se consolidam como relevantes. A hospitalidade também pode ser considerada como uma competência, pois permite a quem a possui olhar o outro e suas experiências de forma acolhedora e empática.
Neste novo cenário que se desenha, as organizações buscam profissionais diferenciados para integrar seus times, as competências técnicas continuam importantes, mas as competências socioemocionais de destacam como fundamentais, pois contribuem para que os colaboradores estabeleçam uma relação positiva em relação à função e a consequência desta relação é a eficácia organizacional.
Dessa forma, aliar a gestão à hospitalidade torna-se um diferencial competitivo, tanto para os clientes externos como internos, pois a valorização das relações humanos torna o clima de trabalho e de negócios mais produtivo e motivacional.
Por fim, cabe reforçar que, por menos impacto que cause, uma mudança de paradigma só será significativa se realmente sua ocorrência for “real”, ou seja, é preciso que a hospitalidade seja incorporada, faça sentido e contribua para o desenvolvimento do contexto no qual está inserida e não adotada como um modismo passageiro, ou mesmo como “nova” retórica para manter o “velho” paradigma.
Por Cláudia Martins Pantuffi
Fonte: Rh Pra Você