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Fábricas de eletrônicos estimam avanço em MG

23 de maio de 2022 / Consultoria / por Comunicação Krypton BPO

Novo lockdown na China e guerra na Ucrânia voltaram a afetar a cadeia global

Depois de enfrentar dificuldades na aquisição de componentes e matérias-primas durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19, a indústria de aparelhos elétricos, eletrônicos e similares de Minas Gerais investiu na formação de estoques e, com isso, vem conseguindo manter a produção mesmo com o novo lockdown na China, um dos principais fornecedores do setor.

Ao longo do primeiro quadrimestre, o desempenho do setor foi positivo e a estimativa é que tenha alcançado um crescimento de 9%. Para o restante do ano, diante tantas incertezas – como juros e inflação altos, cenário político instável, tendência de falta de insumos – a tendência é que o ritmo de crescimento visto nos primeiros quatro meses caia e o setor tenha, no pior dos cenários, alta de 3% a 4%.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Estado de Minas Gerais (Sinaees-MG) e diretor regional da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Alexandre Magno D’assunção Freitas, a falta de insumos provenientes dos países asiáticos já é uma realidade no mercado, porém, ainda não afetou a indústria mineira, que formou estoques após problemas enfrentados nos anos anteriores.

“O setor de aparelhos elétricos e eletrônicos está começando a sentir novamente o problema de lockdown da China. Mas, precavidos que somos, as empresas estão trabalhando com o aumento do estoque regular, por isso, não estamos sentindo ainda os efeitos. Ainda não vimos empresas em Minas com problemas de componentes. O atraso existe, mas trabalhamos com um estoque que é satisfatório”.

Ainda segundo Freitas, não é possível estimar por quanto tempo os estoques serão suficientes.

“A gente não sabe até quando teremos estoques, porque os prazos de entrega aumentaram, em média, quatro vezes em relação ao prazo praticado antes da pandemia. Alguns produtos já começam a faltar no mercado asiático, mas ainda estamos com os estoques”.

Mesmo com os desafios enfrentados e aumento dos custos, o setor de aparelhos elétricos e eletrônicos conseguiu manter o crescimento. Nos primeiros quatro meses do ano, a estimativa é de uma alta de 9% no desempenho.

“Os componentes tiveram aumentos consideráveis nos preços, mas esta alta não foi repassada em sua totalidade para o consumidor, pois as empresas absorveram parte. Isso ajudou o setor a manter o crescimento”.

Para os próximos meses, as expectativas são mais cautelosas. Além dos desafios de abastecimento e de custos, a inflação elevada e a instabilidade de mercado podem interferir nos resultados.

Redução do IPI

O setor de elétricos e eletrônicos também enfrenta problemas relacionados à tributação depois da medida cautelar do Supremo Tribunal Federal (STF) suspender decretos que reduzem as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre mercadorias.

“A redução do IPI seria muito boa, mas a medida cautelar bagunçou muito a vida das empresas, que não conseguem faturar e vender, apesar de estarem produzindo. O Supremo suspendeu o desconto dado para as indústrias fora da Zona Franca de Manaus, e, isso, causou uma instabilidade jurídica muito grande. As empresas não sabem como vão faturar porque não sabem se devem ou não recolher o imposto. Para evitar uma inadimplência tributária, não estão faturando até que a situação seja resolvida”.

Mesmo diante dos desafios, a previsão é encerrar o ano com crescimento, porém, menor que os 9% registrados entre janeiro e abril.

“Com toda certeza, a expectativa é sempre manter o crescimento, que até agora foi de 9%, mas, se houver queda neste número não será surpresa. Na pior das hipóteses, o setor de elétricos e eletrônicos vai crescer de 3% a 4% em 2022. Tivemos uma recuperação bem rápida depois de os setores reabrirem as atividades, mas, agora, estamos com problemas relacionados ao IPI, lockdown na China, fatores econômicos no Brasil, o pode trazer impactos negativos”, disse.

Fonte: Diário do Comércio

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