A CNI destaca que a intenção de investimento dos empresários continua crescendo, o que reflete otimismo com demanda futura, associado a uma alta utilização da capacidade instalada.
A produção industrial seguiu em alta no mês de julho, assim como o emprego, mostrando aquecimento da indústria. É o que aponta a pesquisa Sondagem Industrial divulgada nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o levantamento, a produção industrial apresentou crescimento pelo terceiro mês consecutivo, levando o índice de evolução da produção a 53,7 pontos em julho ante 52 pontos registrados em junho.
O indicador varia de zero a 100 pontos, sendo acima de 50 pontos uma indicação de aumento da produção. Na avaliação da CNI, o índice se distanciou dessa linha divisória, apontando “aumento mais intenso e generalizado da produção”.
O índice que mede a evolução do emprego também apresentou uma ligeira alta, de 51,5 pontos em junho para 52 pontos em julho. Segundo a pesquisa, o emprego industrial não cai há 13 meses e segue em trajetória de expansão.
Com relação à Utilização da Capacidade Instalada (UCI), a Sondagem aponta uma estabilidade em relação a junho, permanecendo em 71%. Mas, segundo a CNI, o índice é o melhor para esta época do ano. “O porcentual de julho de 2021 é o maior para o mês desde 2013, antes de a indústria começar a sentir os efeitos da crise econômica de 2014-2016”, diz a pesquisa.
Sobre a utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao dado usual, ela chegou a 48 pontos em julho ante 47 pontos de junho. A CNI destaca que, desde maio, esse indicador registra alta na comparação com o mês anterior.
“Como se mantém abaixo da linha divisória de 50 pontos, a utilização da capacidade instalada ainda é considerada pelos empresários como inferior à usual. Contudo, como vem crescendo mês após mês, está se aproximando da linha de 50 pontos, que indica uma capacidade igual à usual. O índice é bem superior a média histórica, 42,5 pontos”, diz o documento da entidade.
Os estoques da indústria permanecem abaixo do planejado pelas empresas e caíram mais em julho, mas ainda estão acima do registrado no segundo semestre de 2020, quando o problema da falta de insumos e matérias-primas atingiu seu ponto mais crítico, lembra a CNI. O índice que mede a evolução do nível de estoques ficou em 49,0 pontos no mês passado, indicando a queda em relação ao mês anterior por estar abaixo da linha divisória dos 50 pontos. O índice de estoques efetivos em relação ao planejado ficou em 48,7 pontos em julho.
Expectativas
Com a produção em alta, os empresários da indústria continuam otimistas em agosto. A Sondagem aponta que os índices de expectativa de demanda, de quantidade exportada, de compras de matérias-primas e de número de empregados permanecem acima da linha dos 50 pontos, o que indica expectativa de crescimento nos próximos seis meses. Esse é o 14º mês consecutivo em que esses índices de expectativa mostram otimismo dos empresários.
A CNI destaca que a intenção de investimento dos empresários continua crescendo, o que reflete otimismo com demanda futura, associado a uma alta utilização da capacidade instalada. Pelo quarto mês seguido, o índice de intenção de investimentos registrou aumento, ficando em 59,0 pontos em agosto, acima da média histórica de 50,5 pontos.
A Sondagem foi feita entre os dias 2 e 11 de agosto, com 1.914 empresas, das quais 773 de pequeno porte, 665 de médio porte e 476 de grande porte.
Fonte: Correio braziliense