Autenticidade deixou de ser discurso bonito pra virar estratégia de sobrevivência. Uma pesquisa da HSR Specialist Researchers mostrou que 73% dos brasileiros escolhem marcas pela sensação de verdade que elas passam. É isso mesmo: quase três em cada quatro pessoas estão decidindo o que comprar com base em algo que não se mede em preço, mas em coerência.
O estudo mergulhou no comportamento de consumo e revelou que a autenticidade tem quatro pilares que sustentam essa escolha. O primeiro é identidade, que representa 34% do peso. É quando a marca tem personalidade, fala do seu jeito e não tenta ser a cópia de ninguém. O segundo é coerência, com 25%, aquele famoso “fazer o que fala”. Depois vem a percepção de qualidade, com 22%, porque ser autêntico também passa por entregar valor real.
E, por fim, o legado, com 19% a história, a consistência, o tempo que constrói confiança.
Ou seja, o público não quer só marcas bonitas. Quer marcas com alma. Quando a marca vive o que diz, o consumidor sente. Quando só fala, ele percebe também, e desliga. A conexão se rompe. E aí não tem storytelling que salve.
Esse dado revela algo maior: o Brasil está se tornando um país de consumidores emocionalmente inteligentes. Gente que se importa com o discurso, mas que olha para prática. Que enxerga valor em marcas que erram e assumem, que aprendem, que mostram bastidor. Porque o novo diferencial competitivo é ser de verdade.
Autenticidade não se compra, se constrói. É presença, coerência e coragem. É parar de querer caber em todos os públicos e começar a ser indispensável para quem realmente importa. Marcas que entendem isso se tornam marcas vivas. As que fingem, morrem devagar, sufocadas pelo próprio roteiro.
E não dá para esquecer: autenticidade também exige responsabilidade. Se você diz que é sustentável, tem que ser. Se fala de inclusão, tem que praticar. Se promete qualidade, tem que entregar. É o básico, mas é o básico que muita marca ainda erra.
O consumidor brasileiro quer sentir que está comprando de alguém que acredita no que vende. Quer verdade nas campanhas, coerência no discurso e respeito na experiência. A boa notícia é que quando a marca acerta esse equilíbrio, ela não ganha só clientes. Ganha defensores.
O estudo da HSR só confirmou o que o mercado já vinha gritando em silêncio: não adianta ter logo bonito, se falta essência. O público compra de quem ele acredita. A nova vantagem competitiva é ser autêntico, e no fim das contas, ser autêntico é ser humano.
Fonte: Mundodomarkting